Mocidade Alegre reverencia público com criatividade e luxo

Escola fez homenagem a fundador que morreu no ano passado. Bateria reverenciou público; comissão de frente 'jogou luz' na avenida.

Nani Moreira anima a bateria na Mocidade Alegre

Veja fotos da Mocidade Alegre


A Mocidade Alegre usou um tema simples para fazer um desfile criativo e luxuoso na madrugada deste domingo (14) no Anhembi. Sem relatos de incidentes, a escola campeã do carnaval 2009 fez um desfile tecnicamente correto e levou surpresas para o público.

Na busca pelo título em 2010, a Mocidade soube brincar com o tema “Da Criação do Universo ao Sonho Eterno do Criador... Eu Sou Espelho e Me Espelho Em Quem Me Criou!!!", conseguindo desdobrá-lo em diversas histórias. A escola utilizou 62 minutos no desfile.



O enredo homenageou um dos fundadores da escola, Juarez da Cruz. Ele morreu em 3 de março do ano passado, aos 78 anos, após passar mal durante a apuração dos votos que deram o título à escola.

'Luz divina' e reverência ao público

A comissão de frente entrou na avenida surpreendendo com a “luz divina”. Os integrantes representaram os guardiões da luz da criação e executaram uma coreografia em torno de um bailarino com fantasia de luzes piscantes e um bastão. Com rodopios, ele soltava feixes de luz e faíscas para saudar a entrada da escola na avenida. A comissão foi seguida por foliões fantasiados com os “elementos da criação”: terra, água, fogo e ar.

O abre-alas trouxe uma referência ao Gênesis e à criação do homem “à imagem e semelhança” de Deus. A ala das baianas introduziu o surgimento da ideia do espelho: fantasias de espelhos d’água, elas contaram a história de que o homem se viu refletido na água e passou a buscar o espelho.

A bateria, conhecida como “Ritmo Puro” fez coreografia e ensaiou um recuo, mas foi só pra voltar e reverenciar a arquibancada, que já estava em pé. Os 240 ritmistas estavam fantasiados de egípcios, dando início ao desfile de alas que homenagearam povos que contribuíram para o surgimento do espelho.

O primeiro casal trouxe uma metáfora para a avenida. Vestida de amarelo, a porta-bandeira simbolizou o sol. De preto, o mestre-sala representava a lua, um "espelho natural", que reflete a luz do sol.

Outras alas lembraram o uso dos espelhos na astrologia e por diferentes povos. Dragões chineses desfilaram, erguidos por colunas de foliões. O espelho também foi lembrado como “portal da alma”, que revela o bem e o mal, e ditados populares, como o que promete azar para quem quebrá-lo.

Histórias infantis não ficaram de fora: uma das alas lembrou o conto de Branca de Neve e de Alice no País das Maravilhas. Foi um espelho que despertou a inveja da madrasta de Branca de Neve. O objeto foi porta de entrada de Alice para um lugar mágico.

O quinto carro da Mocidade “fechou” o ciclo. O carro, com o título “o espelho e a busca pela eterna mocidade”, homenageou os fundadores da escola, a velha guarda e Juarez da Cruz. Nesse momento, a Mocidade Alegre se apropriou se seu enredo, buscando, com o espelho, se eternizar no carnaval .

O casal de mestre-sala e porta-bandeira Jefferson e Nathália, estava com fantasias de Branca de Neve e príncipe. Sete anões acompanhavam o casal. Várias alas infantis também puderam ser vistas no Anhembi como da madrasta malvada, da Branca de Neve e de Alice, além de fadas, elfos, plantas carnívoras, duendes e gnomos. O espelho era retratado como um portal que transportava as pessoas para um mundo mágico.

Uma das alas formava um tabuleiro de xadrez, com peças brancas e pretas, e com Alice. Outra ala trazia um arcoíris com dois potes de ouro no fim arco.

A escola também falou das crendices e misticismos que o espelho remete e apresentou oráculos, cabalas, rodas da fortuna e outros jogos de previsão em diversas fantasias.

Um dos 15 integrantes da comissão de frente veio com a fantasia que refletia luz e representou a luz da criação, de acordo com a descrição bíblica que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. O jardim do Éden, a árvore da vida e Adão e Eva, estavam presentes na primeira alegoria.

A rainha da bateria Nani Moreira comandou os 240 ritmistas comandados por Marcos Rezende, o mestre Sombra. Ela retornou ao posto após se ausentar quando teve bebê.

A terceira alegoria era toda dourada trazia Oxum, deusa da beleza e riqueza, que vive nas águas doces e é muito vaidosa. Oxum tem um espelho que reflete sua vaidade.

O templo moderno da vaidade masculina, a academia de ginástica e o templo da vaidade feminina, o salão de beleza, também foram citados no enredo.

O último carro levou um pavão, simbolizando a vaidade, e na traseira uma escultura gigante do fundador da escola Juarez da Cruz, que era vaidoso e sonhava na eternidade da criação dele, a Mocidade. Cruz passou mal durante a apuração do Carnaval do ano passado e morreu dias depois.

Segundo dia de desfiles

A primeira a abrir os desfiles no segundo dia de apresentações foi a Águia de Ouro, seguida pela Tom Maior. Após a Mocidade Alegre, desfilam ainda a X-9 Paulistana, Gaviões da Fiel, Império da Casa Verde e Pérola Negra. No primeiro dia, passaram pelo Anhembi Imperador do Ipiranga, Leandro de Itaquera, Acadêmicos do Tucuruvi, Mancha Verde, Vila Maria, Rosas de Ouro e Vai-Vai.

Fontes: G1 - TV Globo - FOLHA

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