Ministério da Justiça não confirmou a informação.
Segundo editora, tribunal tem dúvidas sobre dados enviados pelo Brasil.
O cirurgião Hosmany Ramos que está preso na Islândia (Foto: Henrique Manreza / Agência Folha Imagem)
A editora Geração Editorial, que publica os livros do cirurgião plástico Hosmany Ramos, preso na Islândia desde agosto do ano passado, informou nesta sexta-feira (5) que a Suprema Corte islandesa suspendeu provisoriamente a extradição do médico para o Brasil, até que o governo brasileiro envie novas informações do caso.
O G1 procurou o Ministério da Justiça e a assessoria de imprensa afirmou que o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, não tem informações sobre o assunto. Ainda conforme a assessoria, a embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, também não confirmou.
Em setembro do ano passado, o médico havia informado que o pedido de extradição havia sido negado, mas a informação foi desmentida pelo Ministério da Justiça.
Hosmany Ramos foi preso ao tentar entrar na Islândia com o passaporte do irmão. O médico foi condenado no Brasil por homicídio, sequestro, roubo e tráfico de drogas. Preso em 1981, Ramos foi condenado a 43 anos de prisão e cumpria a pena no interior de São Paulo. Ele foi beneficiado com a saída temporária de Natal em 2008 e não voltou mais para a prisão.
Em dezembro do ano passado, quatro meses após Hosmany ter sido preso na Islândia, o governo islandês atendeu ao pedido do governo brasileiro de extraditar o médico.
Na ocasião, o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, informou que a extradição só se concretizaria após a Justiça da Islândia analisar um recurso protocolado por Hosmany.
Segundo a Geração Editorial, na análise do recurso, a Suprema Corte ficou em dúvida com informações repassadas pelo governo brasileiro. O Ministério da Justiça havia informado que ele foi preso em 1996, quando, na verdade, a prisão ocorreu em 1981. A editora disse que o médico segue preso até que as novas informações sejam analisadas.
O advogado do médico no Brasil, Marco Antônio Arantes de Paiva, disse que ainda não tem informações sobre a suspensão da extradição. "Não tenho informações sobre isso. Mas em casos de extradição existe um prazo para que o governo do país retire o preso. Quando isso não acontece no prazo, ele é liberado. Esse prazo já venceu", afirmou.
Presídio
A editoria informou ainda que Hosmany Ramos está "contente" com a decisão da Suprema Corte. O médico está em contato com a editora pelo computador, uma vez que no presídio em que está ele não tem acesso ao telefone.
Em entrevista ao G1 em agosto do ano passado, Hosmany disse, por telefone, que estava em um "verdadeiro hotel". Na prisão em que se encontra atualmente, o médico faz, segundo a editora, um curso de computação e por isso consegue se comunicar via Skype.
A Geração Editorial informou ainda que, como a pena de Hosmany pelo uso do passaporte falsificado era de 15 dias e ele já está preso há quase seis meses, o governo brasileiro terá de pagar o custo dos dias que Hosmany ficou na prisão. O valor é de cerca de US$ 1 milhão. O Ministério da Justiça também não confirmou a informação.
Fontes: G1 - Agências
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