O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em pronunciamento nesta segunda-feira que ordenou a revisão das medidas de segurança nacional e em aviões depois que o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, tentou explodir um avião da Northwest Airlines que sobrevoava Detroit (EUA), no último dia 25.
Obama, que falou de Honolulu, no Havaí, onde passa as festas de fim de ano, não citou o comunicado do braço da rede terrorista Al Qaeda na península árabe, que reivindica o ataque frustrado.
O presidente disse ter conversado com o secretário de Justiça, Eric Holder, com a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, e com seus conselheiros de segurança. A eles, Obama pediu que continuassem monitorando a situação e informassem "o povo e o Congresso".
Pediu ainda que fossem revistas e ampliadas as medidas de segurança no país "para proteger todos os passageiros. Passos imediatos para garantir que todos os aviões tenham segurança e pousem bem".
Obama citou o fato de Abdulmutallab estar na lista de suspeitos de ação terrorista, que inclui cerca de 500 mil nomes, mas não na lista daqueles que devem ser observados. "É importante prevenir futuros ataques e rever a lista de suspeitos de terrorismo para que não entrem nos EUA".
O presidente disse ter ordenado assim que seus conselheiros avaliassem como o sistema pode ser fortalecido e como a tecnologia utilizada nos aeroportos permitiu que ele entrasse no avião com um poderoso explosivo químico.
Enquanto isso, Obama pediu que a polícia federal americana esteja presente nos aviões que deixam e chegam aos EUA e colaborem com a investigação.
Os EUA ampliaram ainda a pressão naqueles que atacariam o país. "Aqueles que matam nossos cidadãos devem saber que não fortaleceremos a segurança nacional apenas, mas o combate aos terroristas no Afeganistão, na Somália e onde quer que estejam aqueles planejando contra a nossa segurança e a sociedade que valorizamos".
"Como nação faremos de tudo para proteger nosso país, seremos guiados por esperança e pelos valores, pois os americanos são assim. Por isso homens e mulheres de uniforme passam as festas de fim de ano em plena guerra. Faremos tudo para manter segurança no novo ano", completou Obama, antes de desejar um feliz ano novo.
Al Qaeda
A Al Qaeda na Península Arábica (AQAP) reivindicou a autoria da tentativa de ataque ao voo 253 da Northwest Airlines. A reivindicação contradiz a versão inicial dos investigadores de que o nigeriano agiu sozinho ao tentar explodir o avião no último dia 25.
A autoria foi reivindicada em uma nota publicada em um site islâmico nesta segunda-feira, informou o grupo de monitoramento americano SITE Intelligence, citado pela rede de televisão CNN e pela agência de notícias France Presse.
O comunicado foi divulgado junto com uma foto de Abdulmutallab, descrito pela AQAP como "nosso irmão nigeriano". O comunicado diz ainda que Abdulmutallab quebrou todas as barreiras de segurança, destruindo o "grande mito" da inteligência americana, indicou o SITE.
A tentativa de ataque ocorreu quando Abdulmutallab tentou detonar um poderoso explosivo químico no avião que seguia de Laos, na Nigéria, para Detroit, com escala em Amsterdã. O nigeriano teria embarcado com visto americano válido.
Segundo relata o jornal "Washington Post", que cita autoridades federais, ele teria colado um material na sua perna e então utilizado uma seringa para misturar produtos químicos com um pó, já a bordo do avião.
A mistura, contudo, se incendiou, em vez de explodir, e assim que os passageiros sentiram o cheiro da fumaça e o barulho semelhante a fogos de artifício, um deles rapidamente se jogou em cima do nigeriano, o dominou e isolou.
O avião conseguiu aterrissar de maneira segura. O incidente deixou duas pessoas levemente feridas e causou queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas do nigeriano.
Interrogado pelo FBI (polícia federal americana), Abdulmutallab teria confessado seus vínculos informais com a Al Qaeda e que viajou ao Iêmen para pegar o equipamento incendiário e instruções de como utilizá-lo. A versão inicial dos investigadores, contudo, é de que ele agiu sozinho no ato. Eles disseram que teriam que fazer novos interrogatórios para poder confirmar a versão do suspeito.
Abdulmutallab estudava engenharia na University College London até 2008. Depois disso, segundo a família, seu paradeiro é desconhecido. A família relata ainda que ele se aproximou do extremismo nos últimos meses e seu pai, ex-ministro e rico banqueiro da Nigéria, chegou a denunciar o filho para a embaixada americana.
Fontes: FOLHA - Agências
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