Foto liberada pela polícia mostra o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab/AP
O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, acusado de tentar explodir o avião da Northwest Airlines que sobrevoava Detroit (EUA), disse em seu interrogatório que há outros terroristas suicidas ligados à rede Al Qaeda com planos de atacar os Estados Unidos.
Segundo a rede de televisão americana ABC, Abdulmutallab fez o alerta durante seu interrogatório com o FBI (polícia federal americana) --no qual revelou vínculo com a rede terrorista e disse ter ido ao Iêmen buscar o material e o conhecimento para produzir o dispositivo explosivo.
Abdulmutallab, 23, disse ainda aos agentes que há outros terroristas como ele no Iêmen, treinados e preparados para agir em breve.
Também disse que foi treinado durante mais de um mês pela Al Qaeda, e que a organização lhe deu 80 gramas de um explosivo químico de alta potência que foi costurado em sua roupa íntima. Assim, ele conseguiu furar o esquema de segurança do aeroporto.
O braço da rede terrorista Al Qaeda na península árabe reivindicou nesta segunda-feira a autoria da tentativa de ataque ao voo 253 da Northwest Airlines. A reivindicação contradiz a versão inicial dos investigadores de que o nigeriano agiu sozinho ao tentar explodir o avião no último dia 25.
A autoria foi reivindicada em uma nota publicada em um site islâmico nesta segunda-feira junto à foto de Abdulmutallab, descrito pela Al Qaeda na Península Arábica (AQAP) como "nosso irmão nigeriano".
O comunicado diz ainda que Abdulmutallab quebrou todas as barreiras de segurança, destruindo o "grande mito" da inteligência americana e que utilizou tecnologia de explosivos desenvolvida por membros da AQAP.
A organização também alertou para novos ataques e justificou o ato como uma vingança pela contribuição americana às operações contra militantes da Al Qaeda no Iêmen.
"Nós dizemos ao povo americano que, como vocês apoiam os líderes que matam nossas mulheres e crianças, nós vamos matar vocês e atacar sem nenhum alerta prévio. Nossa vingança está próxima", diz o comunicado. "Nós preparamos homens que amam morrer".
Ataque
A tentativa de ataque ocorreu quando Abdulmutallab tentou detonar um poderoso explosivo químico no avião que seguia de Lagos, na Nigéria, para Detroit, com escala em Amsterdã. O nigeriano teria embarcado com visto americano válido.
Segundo relata o jornal 'Washington Post', que cita autoridades federais, ele teria colado um material na sua perna e então utilizado uma seringa para misturar produtos químicos com um pó, já a bordo do avião.
A mistura, contudo, se incendiou, em vez de explodir, e assim que os passageiros sentiram o cheiro da fumaça e o barulho semelhante a fogos de artifício, um deles rapidamente se jogou em cima do nigeriano, o dominou e isolou.
O avião conseguiu aterrissar de maneira segura, aproximadamente às 13h desta sexta-feira (horário local). O incidente deixou duas pessoas levemente feridas e causou queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas do nigeriano.
Abdulmutallab estudava engenharia na University College London até 2008. Depois disso, segundo a família, seu paradeiro é desconhecido. A família relata ainda que ele se aproximou do extremismo nos últimos meses e seu pai, ex-ministro e rico banqueiro da Nigéria, chegou a denunciar o filho para a embaixada americana.
Reação
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em pronunciamento nesta segunda-feira que o país está fazendo de tudo para evitar ataques terroristas e que ordenou a revisão das medidas de segurança nacional e em aviões depois do ataque frustrado.
Obama, que falou de Honolulu, no Havaí, onde passa as festas de fim de ano, não citou o comunicado do braço da rede terrorista Al Qaeda.
"Aqueles que matariam homens, mulheres e crianças inocentes precisam saber que os Estados Unidos estão fazendo mais do que simplesmente fortalecer nossas defesas", disse Obama. "O governo está fazendo de tudo em nosso alcance para manter vocês e suas famílias seguras durante esta época conturbada de feriado".
Fontes: FOLHA - AgInt
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