Navios chineses deixam mar Ocidental após ameaças norte-coreanas

Mais de 100 embarcações chinesas abandonaram as águas do mar Ocidental (mar Amarelo) após a Coreia do Norte ameaçar, na quarta-feira, a Coreia do Sul com um ataque militar, informou hoje a agência de notícias Yonhap.

Fontes do Ministério da Defesa sul-coreano disseram hoje que os navios chineses que operam nas proximidades da linha de demarcação militar marítima entre as duas Coreias começaram a se retirar ontem da região, mas não se sabe se isso aconteceu devido a um pedido expresso da Coreia do Norte.

No começo desta semana, havia cerca de 280 embarcações chinesas pescando caranguejos nesta área do mar Ocidental. Agora, restam apenas 140, ainda de acordo com a Yonhap.

A Presidência sul-coreana não considera a retirada de algumas das embarcações como sinal de hostilidades iminentes.

Um porta-voz presidencial disse que nesse caso todos os navios chineses teriam deixado a região, e ressaltou que o governo de Seul acompanha de perto o que acontece no mar Ocidental.

As duas Coreias já protagonizaram conflitos armados no mar Ocidental em 1999 e 2002.

Coreia do Norte renova ameaças e lança novo míssil

Horas depois de renovar as ameaças contra uma possível sanção da ONU (Organização das Nações Unidas), a Coreia do Norte lançou mais um míssil de curto alcance a partir de sua costa leste, disse nesta sexta-feira a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O lançamento é mais uma provocação do governo de Pyongyang, que causou uma escalada da tensão na região ao realizar um teste nuclear nesta segunda-feira.

Este é o terceiro dia de lançamento de mísseis de curto alcance após o teste nuclear, um aparente lembrete sobre a potência de Pyongyang enquanto o Conselho de Segurança da ONU discute uma nova resolução contra o país.

A Coreia do Norte advertiu ainda à ONU que a imposição de novas sanções como punição pelo teste nuclear levaria a novas "medidas de autodefesa" --discurso que usou para justificar não apenas a explosão da bomba, mas também o teste de seis mísseis e a suspensão do armistício assinado com o fim da Guerra das Coreias (1950-1953).

À espera da decisão a ser tomada pelo Conselho de Segurança da ONU, que acordou na segunda-feira escrever uma nova resolução contra o regime comunista, a Coreia do Norte mantém o discurso bélico e as ameaças de uma guerra com quem se opuser ao seu programa nuclear.

Pyongyang qualificou ainda de "hipócritas" os cinco representantes permanentes do Conselho de Segurança --Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido-- já que realizaram "99,99% de todos os testes nucleares".

"Há um limite para nossa paciência", afirma comunicado do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte. "O teste conduzido por nossa nação desta vez é o de número 2.054 da Terra. Os cinco membros permanentes do conselho de Segurança da ONU conduziram 99,99% do total de testes nucleares."

O comunicado afirma ainda que, se o Conselho insistir na "provocação", será inevitável tomar medidas de autodefesa.

Segundo a agência estatal KCNA, o ministério indicou ainda que "uma atividade hostil do Conselho de Segurança da ONU será equivalente à anulação do acordo de armistício da Guerra da Coreia".

A Guerra da Coreia nunca foi encerrada com um tratado de paz, mas com a assinatura de um armistício entre China, Coreia do Norte e EUA, este último como representante das Nações Unidas.

As autoridades norte-coreanas disseram também que seu segundo teste nuclear foi uma medida de defesa própria como resposta à condenação do Conselho de Segurança da ONU ao lançamento de seu míssil de longo alcance no último dia 5 de abril.

As novas advertências do regime comunista acontecem depois de os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança se manifestarem a favor de punir o recente teste nuclear da Coreia do Norte com a imposição de uma nova rodada de sanções.

Conselho

Embaixadores das cinco nações com cadeiras permanentes e os dois países mais afetados pela crise, Japão e a Coreia do Sul, reuniram uma lista de sugestões a serem debatidas em reuniões dos embaixadores sobre o teste nuclear da Coreia do Norte.

Um diplomata afirmou nesta quinta-feira que a lista inclui um embargo ainda maior sobre armas e restrições às operações financeiras e bancárias do regime comunista.

Nesta quarta-feira (27), diplomatas da ONU disseram que os países concordaram em expandir as sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao teste nuclear.

Os diplomatas previram que a conclusão do rascunho da resolução pode demorar até a próxima semana, quando o texto deve ser apresentado aos 15 integrantes do Conselho --que tem dez cadeiras rotativas-- para ser comentado e, possivelmente, votado.

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