Garota japonesa lê edição extra de jornal que informa sobre o teste nuclear norte-coreano
Os principais líderes mundiais condenaram nesta segunda-feira a Coreia do Norte após o anúncio da realização "com sucesso" de um novo teste nuclear, que desafiou as sanções e condenações internacionais. Os governos pressionam agora por uma ação internacional na mesma escala, um recado ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que se reúne nesta segunda-feira para discutir uma reação.
Em 9 de outubro de 2006, cinco dias após o primeiro teste nuclear realizado por Pyongyang, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 1718, que exige que Pyongyang abandone os testes de armas nucleares e de mísseis balísticos, assim como o desenvolvimento deste tipo de armamento.
O texto supunha que as sanções econômicas impostas à Coreia do Norte serviriam de impedimento ao acesso a tecnologias do tipo. O teste desta segunda-feira, contudo, foi estabelecido por Japão e Rússia como de potência superior ao de 2006. Um comunicado do próprio governo da Coreia do Norte afirma que a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste anterior.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que as ações de Pyongyang foram um desafio irresponsável à ação da comunidade internacional, que precisa agir.
O alto comissário de Política Externa e Segurança Comum da União Europeia, Javier Solana, condenou o teste como uma "flagrante violação" da resolução do Conselho de Segurança de 2006 e pediu "resposta firme".
Rússia, França e Reino Unido --membros permanentes do Conselho ao lado dos EUA e China-- também expressaram preocupação com o teste registrado na noite deste domingo e que o governo russo comparou com a bomba atômica derrubada pelos EUA em Nagasaki, no Japão, na Segunda Guerra Mundial.
Até a China, principal aliada do governo norte-coreano, disse se opor "resolutamente" ao teste nuclear após horas de silêncio. Pequim pediu ainda que a Coreia do Norte interrompa qualquer ação que possa agravar a situação.
Os analistas afirmam, contudo, que o discurso não significa apoio de Pequim a possíveis sanções ofertadas pelos demais países do Conselho de Segurança. Mais cedo, o chanceler chinês, Yang Jiechi, pediu à comunidade internacional que mantenha a calma ao lidar com a situação, em uma reunião com seu colega sul-coreano, Yu Myung-hwan. Os dois participam em Hanói, no Vietnã, de um fórum de ministros europeus e asiáticos.
"Agindo de uma forma que desafia o Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte está desafiando diretamente e de maneira irresponsável a comunidade internacional", disse Obama. "O risco imposto pelas atividades ameaçadoras da Coreia do Norte exige ação da comunidade internacional", disse Obama.
Já a Rússia, outra aliada de Pyongyang, afirmou que a violação á resolução do Conselho é um forte golpe aos esforços para controlar o avanço das armas nucleares e disse que as negociações do Grupo dos Seis são a única solução para a crise.
"Os últimos passos da Coreia do Norte aumentam tensão no Nordeste da Ásia e colocam em risco a segurança e estabilidade da região", disse o Ministério de Relações Exteriores da Rússia, em comunicado.
Teste
A explosão desta segunda-feira foi quatro vezes mais potente que o teste realizado em 2006, segundo a Agência Meteorológica Japonesa, que comparou a escala dos dois tremores ocasionados pelos testes.
Um porta-voz do Ministério russo de Defesa disse que a bomba que explodiu nesta segunda-feira teve uma potência de entre 10 e 20 quilotons. No primeiro teste realizado pela Coreia do Norte, em outubro de 2006, estimativas do Ministério da Defesa russo apontaram que a bomba teve uma potência entre 5 e 15 quilotons.
Horas depois, em mais um golpe aos esforços diplomáticos por sua desnuclearização, a Coreia do Norte teria testado três mísseis de curto-alcance --informação divulgada pela agência Yonhap que não foi confirmada.
"Nós consideramos isso uma provocação e condenamos firmemente", disse o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso.
A condenação das principais nações ao teste nuclear ressalta o isolamento no qual a Coreia do Norte se afundou nas últimas décadas. Regime comunista empobrecido desde a queda da União Soviética, responsável por grande ajuda econômica ao país, a Coreia do Norte recusou anos de ofertas de ajuda econômica e ameaças de sanções das nações internacionais para abandonar seu programa nuclear.
O país se isolou de tal forma que há poucas opções a se seguir --incluindo uma improvável invasão militar no país-- e nem Obama ou Solana fizeram recomendações específicas.
Apenas a França falou de sanções econômicas mais restritivas e o Japão afirmou que buscará uma nova resolução de condenação na ONU.
A questão é que há semanas a Coreia do Norte ameaça realizar o teste em reação às sanções internacionais mais restritivas pelo lançamento de um foguete por Pyongyang, em 5 de abril passado. Pyongyang disse ainda que deixará as negociações por sua desnuclearização.
Entenda a tensão nuclear
O governo norte-coreano advertiu em 29 de abril que iria realizar o seu segundo teste nuclear, em protesto contra a advertência do Conselho de Segurança da ONU de repreender o país pelo teste de um foguete de longa distância, em 5 de abril passado.
Também em abril, como reação, a Coreia do Norte informou que havia reiniciado o processo para extrair plutônio em Yongbyon, sua principal usina nuclear.
No mês passado, a Coreia do Norte expulsou técnicos da AIEA (agência atômica da ONU). Pyongyang abandonou ainda o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, Japão, China e as Coreias), fórum das negociações que culminaram no desligamento do reator nuclear de Yongbyon, em 2007, após o primeiro teste.
O regime comunista liderado pelo ditador Kim Jong-il testou a sua primeira bomba nuclear em outubro de 2006. Após sofrer sanções do Conselho de Segurança da ONU, o país passou a negociar vantagens e ajuda internacional em troca do abandono do programa.
Japão diz que teste norte-coreano foi 4 vezes mais potente que bomba de 2006
O teste nuclear que a Coreia do Norte anunciou ter executado com sucesso nesta segunda-feira foi quatro vezes mais potente que o primeiro teste realizado em 2006, afirma a Agência Meteorológica Japonesa. Segundo a Rússia, a explosão teve uma potência de entre 10 e 20 quilotons.
"A atividade sísmica detectada hoje foi de de 5,3 graus, enquanto a do teste nuclear anterior alcançou 4,9 graus", disse Yasuo Sekita, diretor da agência. "O impacto de um tremor se multiplica a cada 0,2 grau de magnitude. Isto quer dizer que o nível de energia do teste nuclear desta segunda-feira foi quatro vezes superior ao do teste anterior", completou.
A Coreia do Norte anunciou que realizou com sucesso nesta segunda-feira um teste nuclear subterrâneo, mais potente que o de 2006. A informação foi divulgada pela agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. Após o teste, a agência oficial de notícias da Coreia do Sul Yonhap noticiou que Pyongyang lançou dois outros mísseis de curto alcance.
"De acordo com a demanda dos nossos cientistas e técnicos, a nossa república realizou com sucesso um teste nuclear subterrâneo em 25 de maio [...] como parte das medidas para reforçar sua potência nuclear em autodefesa", informou a KCNA, agência oficial da Coreia do Norte.
Segundo trecho da agência norte-coreana reproduzida pela agência de notícias estatal sul-coreana, a Yonhap, este segundo teste foi realizado "em um novo nível, mais elevado em termos de força explosiva e de tecnologia de controle".
Coincidindo com as informações sobre o teste, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que detectou um sismo de 4,7 graus de magnitude nesta segunda-feira na Coreia do Norte.
A estação sismológica russa de Yuzhno-Sajalinsk também confirmou que um tremor de 4,7 graus de magnitude foi registrado no território norte-coreano às 9h54 da segunda pelo horário de Pyongyang (21h54 de domingo pelo horário de Brasília), "aparentemente" provocado por uma explosão, pois o epicentro foi identificado de maneira muito clara, o que não ocorre em sismos naturais.
Foi o tremor que chamou a atenção dos sul-coreanos, que detectaram um sismo semelhante quando o primeiro teste foi realizado.
Potência
Um porta-voz do Ministério russo de Defesa disse que a bomba que explodiu nesta segunda-feira teve uma potência de entre 10 e 20 quilotons. No primeiro teste realizado pela Coreia do Norte, em outubro de 2006, estimativas do Ministério da Defesa russo apontaram que a bomba teve uma potência entre 5 e 15 quilotons.
"Os serviços de controle especial do Ministério da Defesa registraram na Coreia do Norte uma explosão subterrânea de potência entre 10 e 20 quilotons", disse à agência russa Interfax o porta-voz do ministério Alexander Drobichevski.
Para a França e para Coreia do Sul, que ainda não fizeram estimativas sobre o teste desta segunda-feira, a explosão de 2006 teve uma potência de 0,5 quilotons. A bomba atômica lançada em Hiroshima em 1945 pelos EUA teve uma potência de 15 quilotons.
Reação
Pyongyang provocou a indignação do Japão, único país que já foi vítima de um bombardeio atômico. As autoridades anunciaram que adotarão medidas severas contra o regime comunista.
Pouco após o anúncio do teste, o Ministério das Relações Exteriores japonês solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Pouco antes da solicitação, o porta-voz do ministério dissera que o país iria responder "de uma maneira muito responsável" no Conselho de Segurança à iniciativa norte-coreana.
O Japão invadiu a península coreana em 1910, transformando-a em uma colônia, e há forte ressentimento contra abusos cometidos contra a população coreana nesse período, sentimento alimentado pelo regime norte-coreano. Foi a ocupação japonesa que levou os aliados ao país durante a Segunda Guerra Mundial --a União Soviética ao Norte, e os Estados Unidos ao sul--, o que criou o ambiente de conflito que resultou na guerra de 1950 e 1953 e na divisão oficial da península em dois países.
A Agência Meteorológica Japonesa já havia informado ter detectado atividade sísmica durante 40 segundos às 9h54 (21h54 deste domingo no horário de Brasília) no nordeste da Coreia do Norte.
Ban critica teste nuclear
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, afirmou nesta segunda-feira estar "profundamente preocupado" com o anúncio da Coreia do Norte de que o país executou com sucesso um novo teste nuclear e afirmou que acompanha a situação de perto.
"Estou profundamente preocupado com o anúncio de um teste nuclear na República Popular e Democrática da Coreia", declarou Ban.
Em um desafio aberto à comunidade internacional, o governo da Coreia do Norte classificou como "sucesso" o novo teste nuclear que anunciou ter realizado nesta segunda-feira (noite de domingo, no horário de Brasília), informou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. De acordo com o governo ditatorial, a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste de 2006, que levou o país a sofrer sanções do Conselho de Segurança da ONU.
"Acompanho a situação na região de perto, assim como as consultas do Conselho de Segurança que deve se reunir hoje em Nova York [Estados Unidos] para uma reunião de emergência", disse.
A reunião do Conselho de Segurança deve discutir alguma forma de sanção firme ao regime de Pyongyang.
Os governos do Japão e do Reino Unido já afirmaram nesta segunda que o novo teste seria uma "violação clara" das resoluções da ONU.
"Se a Coreia do Norte realizou o teste nuclear, é uma clara violação das resoluções da ONU", disse o porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura. "É absolutamente inaceitável. O Japão realizará ações contra a Coreia do Norte", afirmou.
O governo do Japão foi quem convocou a reunião de emergência do Conselho de Segurança.
Já o secretário de Relações Exteriores britânico, Bill Rammell, também denunciou a violação das resoluções. "Creio que é necessário enviar uma mensagem clara à Coreia do Norte de que devem voltar às negociações a seis", disse Rammell, referindo-se ao grupo de negociações sobre o desarmamento nuclear norte-coreano do qual participam, além da Coreia do Norte, EUA, Rússia, China, Japão e Coreia do Sul.
A expectativa, contudo, é para um possível veto às sanções do governo chinês, o principal aliado do governo norte-coreano. Analistas chineses afirmaram que é improvável que Pequim apoie sanções fortes contra o regime norte-coreano no Conselho de Segurança, enquanto a China permanecia como o único dos cinco membros com poder de veto no conselho a guardar silêncio sobre a notícia que fez líderes ocidentais se manifestarem no meio da madrugada.
Teste
O governo da Coreia do Norte anunciou que "de acordo com a demanda dos nossos cientistas e técnicos, a nossa república realizou com sucesso um teste nuclear subterrâneo em 25 de maio [...] como parte das medidas para reforçar sua potência nuclear em autodefesa".
O teste desta segunda foi realizado "em um novo nível, mais elevado em termos de força explosiva e de tecnologia de controle", continua o comunicado do governo.
Uma fonte do governo da Coreia do Sul citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap disse ainda que um teste com um míssil de curto alcance foi realizado. A informação não foi confirmada.
Coincidindo com as informações sobre o teste, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que detectou um sismo de 4,7 graus de magnitude nesta segunda-feira na Coreia do Norte. Foi o tremor que chamou a atenção dos sul-coreanos, que detectaram um sismo semelhante quando o primeiro teste foi realizado.
Entenda a tensão nuclear
O governo norte-coreano advertiu em 29 de abril que iria realizar o seu segundo teste nuclear, em protesto contra a advertência do Conselho de Segurança da ONU de repreender o país pelo teste de um foguete de longa distância, em 5 de abril passado.
Também em abril, como reação, a Coreia do Norte informou que havia reiniciado o processo para extrair plutônio em Yongbyon, sua principal usina nuclear.
No mês passado, a Coreia do Norte expulsou técnicos da AIEA (agência atômica da ONU). Pyongyang abandonou ainda o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, Japão, China e as Coreias), fórum das negociações que culminaram no desligamento do reator nuclear de Yongbyon, em 2007, após o primeiro teste.
O regime comunista liderado pelo ditador Kim Jong-il testou a sua primeira bomba nuclear em outubro de 2006. Após sofrer sanções do Conselho de Segurança da ONU, o país passou a negociar vantagens e ajuda internacional em troca do abandono do programa.
Obama diz que ação da Coreia do Norte pede resposta
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira que o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte é "questão de grave preocupação para todas as nações" e justifica uma ação da comunidade internacional, uma vez que viola leis internacionais.
Em comunicado, Obama diz que a "Coreia do Norte está diretamente e com imprudência desafiando a comunidade internacional". "O comportamento da Coreia do Norte aumenta a tensão e mina a estabilidade do Nordeste asiático. Estas provocações servem apenas para aprofundar o isolamento", diz ele.
"A tentativa da Coreia do Norte em desenvolver armas nucleares, bem como o seu programa de mísseis balísticos, constituem uma ameaça à paz e segurança internacionais", disse Obama. Segundo o presidente dos EUA, a Coreia do Norte não vai encontrar aceitação internacional, a menos que abandone o seu programa de armas de destruição em massa.
"Nós vamos continuar a trabalhar com os nossos aliados e parceiros no Grupo dos Seis, bem como outros membros do Conselho de Segurança da ONU nos próximos dias", disse.
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