O governo da Coreia do Norte confirmou que realizou "com sucesso" um teste nuclear nesta segunda-feira (noite de domingo, no Brasil), informou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. A nota não informa onde o teste foi realizado.
"De acordo com a demanda dos nossos cientistas e técnicos, a nossa república realizou com sucesso um teste nuclear subterrâneo em 25 de maio [...] como parte das medidas para reforçar sua potência nuclear em autodefesa", informou a KCNA, agência oficial da Coreia do Norte.
Segundo trecho da agência norte-coreana reproduzida pela agência de notícias estatal sul-coreana, a Yonhap, este segundo teste foi realizado "em um novo nível, mais elevado em termos de força explosiva e de tecnologia de controle".
Coincidindo com as informações sobre o teste, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que detectou um sismo de 4,7 graus de magnitude nesta segunda-feira na Coreia do Norte. Foi o tremor que chamou a atenção dos sul-coreanos, que detectaram um sismo semelhante quando o primeiro teste foi realizado.
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, pediu reunião de urgência do seu Conselho de Segurança Nacional logo após o país ter detectado um tremor que indicaria a realização de um teste nuclear pela Coreia do Norte.
Entenda a tensão nuclear
O regime comunista liderado pelo ditador Kim Jong-il testou a primeira bomba nuclear em outubro de 2006, o que levou o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) a impor sanções ao país.
O governo norte-coreano advertiu em 29 de abril que iria realizar o segundo teste, em protesto contra a advertência do Conselho de Segurança da ONU de repreender o país pelo teste de um foguete de longa distância em 5 de abril passado.
Também em abril a Coreia do Norte informou que havia reiniciado o processo para extrair plutônio em Yongbyon, sua principal usina nuclear.
No mês passado, a Coreia do Norte expulsou também técnicos da AIEA (agência atômica da ONU). Pyongyang abandonou ainda o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, Japão, China e as Coreias), fórum das negociações que culminaram no desligamento do reator nuclear de Yongbyon, em 2007, após o primeiro teste.
Japão pede reunião de emergência do Conselho da ONU após teste nuclear
O Japão solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) em reação ao segundo teste nuclear que a Coreia do Norte afirma ter realizado, informou o vice-ministro das Relações Exteriores japonês, Mitoji Yabunaka.
Momentos antes, um porta-voz do ministério, Kazuo Kodama, havia dito que o Japão irá responder "de uma maneira muito responsável" ao teste.
"Ficamos sabendo das notícias de que a Coreia do Norte conduziu um teste nuclear pela segunda vez, então nós certamente iremos responder de uma maneira muito responsável", afirmou o porta-voz. "Definitivamente nós iremos responder no Conselho de Segurança da ONU, é nossa obrigação".
Da última vez que o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir sanções à Pyongyang, em resposta ao lançamento de um foguete pelo regime ditatorial em 5 de abril, o órgão anunciou o congelamento de ativos de três empresas da Coreia do Norte. As novas medidas exigiam que as nações que têm relações com as empresas congelem os seus fundos.
No dia seguinte, a Coreia do Norte anunciou tinha voltado a processar barras de combustível nuclear em sua principal usina atômica, com o objetivo de impulsionar seu poder contra as "forças hostis".
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