Saiba o que dizem os analistas sobre a fusão entre Itaú e Unibanco

Itaú e Unibanco se fundiram, criando maior banco do país. Nova controladora será denominada Itaú Unibanco Holding S.A.

Analistas comentam a fusão entre os bancos brasileiros Unibanco e Itaú, que se unirão para formar um conglomerado com valor de mercado entre os 20 maiores do mundo. O novo banco deverá ser o maior do hemisfério sul, segundo comunicado oficial do banco Itaú. Veja abaixo.

George Vidor, comentarista de economia da Globo News


"Itaú e Unibanco têm muitas afinidades, trabalham com mercado financeiro, incorporações. Claro que têm muitas agências que são concorrentes e vão ficar uma na frente da outra. Algumas devem desaparecer. Pode ser até que alguns empregos desapareçam. Departamento jurídico, por exemplo. Nesse sentido, é um lado negativo. Nesse momento até o processo de fusão consome muita energia. (...) Agora, certamente, o Bradesco não vai ficar parado. Foi o maior durante quase cinco décadas. Eles são realmente rivais (do Itaú). Agora, o Bradesco vai se mexer muito para crescer, tentar incorporar alguém. Vamos ver o mercado bem ativo."

Miriam Leitão, comentarista de economia da Globo News


"Nesse momento de incerteza, o que o Itaú e o Unibanco fizeram foi dar um primeiro passo de um movimento que já está em curso – de concentração. Haverá um movimento de concentração no mercado brasileiro até incentivado pelo Banco Central. O que é que ele está fazendo quando libera compulsório para compra de carteira, ele está querendo que os bancos se fortaleçam. Bancos pequenos devem ser comprados por grandes. (...) Isso só fortalece o sistema bancário brasileiro que já é sólido, que está passando por essa crise muito bem."

Carlos Alberto Sardenberg, blogueiro do G1 e comentarista da Globo News


"Trata-se de um movimento importante e positivo. Formou-se um banco brasileiro privado capaz de competir globalmente. O sistema financeiro brasileiro fica mais concentrado, mas ainda com competição: há um forte setor público (Banco do Brasil, BNDES e Caixa), dois grandes privados nacionais (Itaú-Unibanco e Bradesco) e pelo menos dois grandes privados estrangeiros (Santander/Real e HSBC).

Gilberto Braga, economista e professor de Finanças do Ibmec


“Chama a atenção que, se isso teve alguma coisa maior a ver com a crise, foi resolvido diretamente entre o setor privado, sem a intervenção governamental. (...) Sobretudo depois dessas medidas provisórias que criaram um cheque especial para os bancos públicos poderem socorrer instituições privadas, mostra que as pessoas ainda estão com musculatura, que é possível acordo. Na fusão, acredito que o mercado cresce. Isso mostra que, em meio a momentos de instabilidade como essa, existem oportunidades e me parece que é uma operação que deixa uma boa impressão para todo mundo.”



Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central

"Dois mais dois, igual a cinco"



Rogério Sobreira, professor de economia e finanças da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getúlio Vargas

"A concorrência tem razões para se preocupar. A fusão traz um grau de concentração ao mercado, ainda que não seja tão substantivo. Nosso órgão de defesa da concorrência deve aprovar. (...) O que dá para inferir do comunicado [divulgado pelas instituições] quem se fundiu ao Itaú foi o Unibanco e não o inverso. Mas é claro que, no caso de duas instituições tão grandes, a empresa resultante, ainda que o Itaú venha dominar o processo, vai agregar características do Unibanco."

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