Insegurança Política: Dilma não estaria preparada para as pressões do cargo

Falta de autonomia da presidente eleita abre espaço para terceiro mandato de Lula, avalia Tripoli

Ricardo Tripoli/Deputado PSDB-SP/Foto: Eduardo Lacerda

O deputado Ricardo Tripoli (SP) condenou nesta quinta-feira (18) a atitude da presidente eleita, Dilma Rousseff, de pedir socorro ao atual presidente para resolver a crise política com o PMDB, o principal partido da coligação que elegeu a petista.

Na avaliação do parlamentar, um chefe de Estado deve estar preparado para lidar com situações de pressão, mas a futura presidente demonstrou despreparo e inexperiência quando recorreu à Lula para conter a primeira crise de relacionamento com sua futura base de sustentação dentro do Congresso.

Segundo reportagem do jornal “Estado de S. Paulo”, o presidente Lula agiu rapidamente e saiu na defesa de Dilma após a montagem de um megabloco partidário na Câmara liderado pelo PMDB com 202 deputados e do qual também participariam o PR, PP, PSC e PTB. A ação foi combatida por Lula menos de cinco horas depois do anúncio do bloco. O presidente assumiu a situação e operou nos bastidores para implodir a cobrança por espaços dentro do governo ao tirar da divisão o PR e o PP.

Para Tripoli, é inaceitável que o atual presidente atue como uma “sombra” no próximo governo. Segundo o tucano, o problema poderá afetar seriamente o controle da máquina administrativa levando o país a uma situação de insegurança política. “Há uma questão política muito clara de que a continuidade do governo será um terceiro mandato do presidente Lula por falta da autonomia que a futura presidente demonstra ter”, condenou.

O deputado afirmou que Dilma deverá espantar a impressão de que Lula terá mais participação no seu governo do que deveria e precisa assumir claramente as articulações políticas de sua gestão. “A autonomia deverá ser de Dilma e esse vínculo que se demostrou até hoje não pode perdurar”, alertou.

O parlamentar disse ainda estar temeroso de que esses problemas levem a presidente eleita a não cumprir o que prometeu à opinião pública durante a campanha. Segundo Tripoli, independente do que for decidido e operado entre o PT e PMDB, a oposição irá cobrar a execução das promessas feitas antes das eleições. “Nós da oposição vamos cobrar a execução do programa de governo que ela apresentou e as medidas que a presidente disse que iria tomar no sentido de fazer com que o Brasil fique igual ou melhor do que está”, concluiu.


Fonte: Renata Guimarães/Diário Tucano

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