MORTALIDADE DE PEQUENAS EMPRESAS
Dilma Rousseff
Para a candidata, a mortalidade das MPEs (micro e pequenas empresas) diminuirá naturalmente se o país mantiver seu ritmo de crescimento. Ela sinaliza medidas, como ampliar o acesso às compras públicas, desburocratizar os processos de abertura e fechamento de empresas e estimular consórcios e a internacionalização. Dilma afirma ainda que a implantação do Programa Nacional de Banda Larga vai modernizar e melhorar a eficiência das MPEs
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
A proposta de internacionalização é boa, mas é preciso que, primeiro, as MPEs tenham a chance de se firmar e crescer internamente. A banda larga não tem ligação com o índice de mortalidade das empresas
José Serra
O candidato não aponta uma solução. No entanto, identifica três fatores como os maiores colaboradores da alta taxa de mortalidade das empresas brasileiras: dificuldades na transição de escala (mudar de pequeno para médio porte, por exemplo), ambiente econômico instável, com recorrentes choques de câmbio e juros, e alto nível da taxa de juros real
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
Os problemas estão corretamente identificados, porém o candidato não apresenta propostas para superá-los. A transição de escala é muito importante, pois os impostos mudam de forma muito abrupta. O ambiente econômico é mais estável do que no passado, embora não seja ainda o ideal
Marina Silva
A candidata do PV diz que a melhor forma de reduzir a mortalidade das empresas é "fornecer serviços de orientação e capacitação para o empreendedorismo". Marina afirma que pretende facilitar a formalização. Além disso, a candidata diz pretender facilitar o crédito e reduzir seu custo para empreendedores
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
A proposta apresenta boas soluções para o empresariado: informação, capacitação, redução da carga tributária e crédito. Faltou explorar a questão dos juros, que poderiam ser reduzidos
O candidato defende a proteção e a expansão do mercado interno. Para seu partido, o ambiente criado com medidas protecionistas "dará um horizonte seguro para o crescimento das empresas". Entre as propostas está a reestruturação da carga tributária, garantindo a taxação progressiva das maiores empresas e a desoneração das menores
ANÁLISE DOS ESPECIALISTA
A taxação progressiva é interessante para ser aplicada aos pequenos e grandes empresários, para evitar um choque na transição das empresas que crescem. Porém, com o mercado fechado, o crescimento dos negócios é consideravelmente menor. O ideal é fortalecê-los para que possam competir no mercado externo, não fechar o mercado e acabar com a competição
CRÉDITOS PARA EMPRESAS
Dilma Rousseff
A candidata propõe melhorar e baratear o financiamento, desburocratizar e racionalizar a tributação e ampliar o acesso ao mercado. Para isso, ela diz pretender incentivar os financiamentos públicos, seguindo o modelo do "cartão BNDES", e promover e fortalecer as cooperativas de crédito
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
O crédito é muito importante para as empresas e o financiamento com bancos públicos deve servir para incentivar o mercado de financiamento
José Serra
O candidato tucano diz que manterá e ampliará o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), para financiar a expansão das empresas e seus investimentos. Ele propõe rever o sistema de crédito empresarial, a fim de diminuir a taxação, e oferecer recursos sem "contrapartidas que inviabilizam a captação de recursos" por meio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
As propostas apresentadas são boas, assim como o papel do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal na concessão de crédito para micro e pequenas empresas
Marina Silva
Marina sinaliza a criação de um sistema de cadastro positivo, que ofereceria bônus ao pagador pontual, e de sistemas de incentivo ao investimento do empreendedor, seguindo a linha do programa Inovar Sementes, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A candidata diz que, diminuindo os gastos governamentais, seria possível reduzir juros e estimular o mercado de crédito
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
A resposta contém as diretrizes corretas e dá meios para segui-las
Para o candidato, o BNDES deve ser "instrumento de desenvolvimento da economia nacional". Empresas com passivos ambientais e trabalhistas, afirma ele, não teriam investimentos aprovados pelo banco
ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
O BNDES não financia empresas que tenham passivos ambientais e trabalhistas. A proposta deveria ter dado os caminhos para a mudança pretendida
Fonte: FOLHA/BRUNA BORGES E MARCOS DE VASCONCELLOS
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