Fidel Castro nega ter dito que modelo cubano não funciona mais

Líder cubano afirma que foi mal interpretado por jornalista americano da revista The Atlantic


Líder cubano Fidel Castro participa de apresentação de seu novo livro A Vitória Estratégica na Universidade de Havana/AFP

O líder cubano Fidel Castro assegurou nesta sexta-feira que sua declaração de que o modelo cubano não funciona mais nem mesmo para os cubanos foi mal interpretada pelo jornalista americano da revista The Atlantic, que o entrevistou em Havana.

"Sei o que expressei sem amargura nem preocupação. Divirto-me agora ao ver como ele interpretou ao pé da letra, depois de consultar Julia Sweig, repórter que o acompanhou e elaborou a teoria que expus", explicou.

"A realidade é que minha resposta significava exatamente o contrário do que os dois jornalistas americanos interpretaram", acrescentu o ex-presidente durante a apresentação da segunda parte de seu livro autobiográfico.


"O modelo cubano nem sequer funciona para nós", teria declarado Fidel a Goldberg, segundo a tradução para o inglês publicada na quarta-feira no site da ´´The Atlantic``.

Entrevistado ao longo de vários dias pelo jornalista americano, Fidel Castro adotou um tom de incomum arrependimento sobre fatos do passado, revela a entrevista, que está sendo publicada há dias. Castro, de 84 anos, disse a Goldberg estar arrependido por ter pedido em 1962 ao líder soviético Nikita Kruschev, durante a crise dos mísseis, que atacasse os EUA com armas nucleares caso fosse preciso.

O ex-presidente cubano voltou recentemente à vida pública, particularmente para alertar sobre o risco de uma guerra nuclear no Oriente Médio por causa da disputa entre Israel e Irã.

Na mesma entrevista, Fidel criticou a retórica antissemita usada pelo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad: "Não acredito que alguém tenha sido mais difamado que os judeus. Diria que muito mais do que os muçulmanos. Foram mais difamados que os muçulmanos porque são acusados e caluniados por tudo. Ninguém culpa os muçulmanos de nada."

Goldberg foi convidado pelo próprio Fidel, que se interessou por um artigo seu sobre as tensões entre Irã e Israel.

Fontes: Último Segundo - AFP

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