Na Bahia, Serra disse que não há espaço para estado absoluto dos tempo de Luís XIV: 'Não há mais lugar para luíses assim'
Confirmado hoje como o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o ex-governador de São Paulo José Serra deu uma nova linha ao seu discurso e surpreendeu ao subir o tom em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma fala entusiasmada durante a convenção nacional do PSDB, Serra lembrou o escândalo do mensalão, atacou a gestão de recursos públicos, a política externa do governo
Ainda assim, o mais próximo que Serra chegou de um ataque direto a Lula foi ao defender que não há mais espaço no País para homens que personifiquem o Estado no modelo do absolutista Luis XIV. "O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luis XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim", afirmou.
Espaço montado para a convenção nacional do PSDB/ Foto: Agência Estado
Serra defendeu e agradeceu a indicação para disputar o Planalto, defendeu a liberdade de imprensa e voltou a fazer uma crítica velada ao governo Lula. "Não fica bem elogiar continuamente ditadores de todo o planeta só porque esses ditadores são aliados do atual governo", disse o ex-governador.
Serra voltou a declarar que não tem "patotas corporativas". Ao falar sobre a importância do Congresso, provocou mais uma vez: "O que o Congresso não pode ser é uma arena de mensalões, compra de voto e silêncios", disse, numa referência à maior crise política vivida pelo governo Lula, em 2005.
O presidenciável tucano aproveitou para relembrar sua origem humilde, numa declaração que novamente soou como uma alfinetada em Lula. "Eu venho de família pobre. Venho de baixo na nossa sociedade. Nunca falei muito disso. Nunca procurei na minha origem inflar os méritos de eventuais progressos pessoais", afirmou. Serra voltou a investir no discurso de que não tem "duas caras". Disse ainda que não tem "mal entendidos" em seu passado e que tem a apresentar à sociedade brasileira apenas a sua biografia.
Ausente no encontro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou uma mensagem gravada em vídeo. No filme, disse que a vitória do PSDB nas urnas depende apenas da unidade do partido. "Temos tudo para ganhar”, declarou. "Com as mãos competentes do Serra, com as maãos carinhosas do Serra, esse País vai poder muito mais”, emendou, relembrando o slogan da campanha "O Brasil pode mais".
Coube ao presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), usar o episódio da suposta tentativa de produzir dossiês no PT para fazer um ataque à campanha petista. "Nada nos aproximará da política dos dossiês”, disse Guerra.
Fonte: IG/Adriano Ceolin
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