Islândia é o segundo lugar com mais atividade vulcânica no planeta

Ilha do Oceano Atlântico só fica atrás do Havaí, no Pacífico. Entenda como se formam as nuvens de poeira que estragam aviões.

Quando alguém pinga uma gota d'água em uma frigideira com óleo quente ocorre uma pequena explosão. É mais ou menos isso que está acontecendo nos últimos dias na Islândia, em uma escala muito maior. A água da geleira Eyjafjallajokulle está se misturando a rochas derretidas que estão em alta temperatura, causando explosões e liberando nuvens de poeira tão grandes que chegam a impedir o tráfego de aviões.

O pó fino, formado principalmente por silício (elemento abundante na areia), sobe rapidamente por causa do calor, e pode ser transportado por milhares de quilômetros pelo vento. Por isso, mesmo surgindo a quase dois mil quilômetros do continente, a nuvem atrapalha o transporte aereo na Europa. Ela entra na turbina dos aviões e pode derreter e se acumular lá, estragando as aeronaves.

Poeira sobe durante atividade vulcânica no glaciar Eyjafjallajokull, na Islândia (Foto: AP)

Segundo o geólogo Caetano Juliani, professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), esse tipo de poeira pode levar até cinco anos para descer totalmente. "É um material fino, esponjoso, pouco denso. Por isso demora tanto para cair."

Apesar das nuvens grossas que estão surgindo da Islândia formarem uma imagem assustadora, Juliani afirma que essa não é uma emissão de poeira das maiores. "O [vulcão] Yellowstone, em uma de suas explosões, cobriu quase todo o território dos EUA com poeira. O Cracatoa cobriu toda a Europa e mudou até mudou o clima".

Vulcões por todos os lados

Erupções na pequena ilha do Atlântico são acontecimentos comuns. A Islândia é o segundo lugar com maior atividade vulcânica do mundo, ficando atrás apenas do Havaí, conta o geólogo. "A ilha é toda formada só por atividade vulcânica".

Isso acontece porque o país fica sobre a junção de duas placas tectônicas, onde uma falha faz com que o material quente sob a crosta terrestre saia em abundância. É como se a ilha estivesse em cima de um vazamento de magma.

Energia sob a terra

Apesar dos perigos, viver em um país dominado por vulcões tem suas vantagens. Segundo a Autoridade Nacional de Energia da Islândia, um quarto da eletricidade usada no país provém de usinas geotérmicas.


"Eles fazem uma sondagem profunda, pegam as águas quentes que estão circulando, às vezes a mais de 300 graus Celsius, e aproveitam esse vapor para gerar energia", explica Juliani.

De acordo com o geólogo, outra vantagem dos vulcões é a beleza da paisagem, que atrai visitantes do mundo todo. "São sempre regiões muito bonitas, destinos turísticos muito interessantes."

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Fonte: G1/Iberê Thenório

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