Obama defendeu criação de fundo de US$ 10 bi para segurança atômica. Países comprometeram-se a controlar material perigoso em até 4 anos.
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira os pontos centrais acordados pelos representantes de 47 países reunidos em Washington, na cúpula de segurança nuclear.
Segundo Obama, os países têm desafios diferentes, mas um interesse comum: construir um mundo mais seguro. Ele agradeceu a presença dos líderes não apenas para dialogar, mas para adotar ações e "medidas tangíveis" e elaborar "um plano de ações com medidas específicas".
"Graças às medidas que tomamos, os EUA estarão mais protegidos e o mundo será mais seguro", disse Obama/Shawn Thew/Efe
"Graças às medidas que tomamos, os EUA estarão mais protegidos e o mundo será mais seguro", disse Obama no final do encontro, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi qualificado por Obama como "um dia de progressos sem precedentes".
Segundo o presidente americano, os países concordaram, em unanimidade, que a ameaça terrorista nuclear é "urgente e séria" e uma das principais ameaças ao mundo atual. Todos os líderes mundiais endossaram a meta de guardar em lugar seguro, dentro de quatro anos, todo material nuclear suscetível de ser utilizada para a construção de armas atômicas.
"EUA e Rússia concordaram hoje em eliminar 58 toneladas de plutônio, o suficiente para produzir 17 mil armas nucleares", disse ele. Outro "gesto importante", segundo Obama, foi o anúncio do presidente russo, Dmitri Medvedev, de que o país irá fechar seu último reator nuclear produtor de plutônio.
O presidente americano também citou exemplos de medidas específicas prometidas por outros países, como a Ucrânia, que deve se desfazer integralmente, até 2012, de seu urânio altamente enriquecido.
Fundo
Obama também defendeu a criação de um fundo mundial de US$ 10 bilhões, uma iniciativa compartilhada com o Canadá, para melhorar a segurança nuclear em todo o planeta.
De acordo com Obama, os representantes aceitaram ainda que tal esforço não deve ser feito apenas individualmente, por cada país, mas também em programas de cooperação, por meio da ONU (Organização das Nações Unidas) e da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), por exemplo.
Questionado se existe um mecanismo internacional com força de lei para garantir que tais compromissos sejam postos em prático, Obama respondeu: "Não, mas confiamos na boa fé dos signatários, essa é a base das relações internacionais".
Segundo ele, os próprios EUA decidiram aumentar as medidas de segurança nuclear interna, de modo a "dar um exemplo a outros países" e "mandar uma mensagem de que vamos cumprir com nossa obrigação".
Coreia do Norte e Irã
Sobre as sanções impostas à Coreia do Norte por seu programa nuclear, Obama disse que o país "adotou um caminho de severo isolamento, que aflige duramente a população". Ele disse esperar que esse comportamento mude, e acredita que as medidas adotadas [sanções] tornem essa mudança de comportamento mais provável.
Perguntado sobre a hesitação da China em apoiar uma nova rodada de sanções ao Irã por seu programa nuclear, Obama disse que "os chineses estão corretamente preocupados com quais repercussões essas sanções podem ter em suas relações comerciais, e nós sabemos disso".
Porém, ele disse que a China está dando sincera consideração ao caso e mandou representantes oficiais a Nova York para discutir possíveis sanções.
Obama pediu ao mundo que se mova com "audácia e rapidez" na adoção de novas sanções contra o Irã por conta do programa nuclear do país.
"Meu interesse é evitar um processo que se arraste durante meses", disse Obama ao pedir "audácia e rapidez" na questão das sanções.
Obama disse ainda que vai "empregar os maiores esforços possíveis para garantir que haja sanções severas, que tenham consequências para o Irã que o façam rever seu programa nuclear".
O presidente americano também se referiu à Coreia do Norte. Obama pediu a Pyongyang que regresse às negociações a seis sobre seu programa nuclear e advertiu que o mundo precisa deixar claro que os testes nucleares norte-coreanos terão consequências.
Documento final
O documento final do encontro reconhece o direito dos países de usarem pacificamente a energia nuclear, mas reafirma a necessidade de cooperação e assistência mútua.
Os líderes recordam que todos têm a responsabilidade coletiva de prevenir que atores estranhos aos estados obtenham a informação ou a tecnologia necessária para preparar armas ou artefatos nucleares.
Isso significa reforçar medidas contra o tráfico de material radioativo, sob responsabilidade da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU.
O mundo conta com reservas mundiais de urânio enriquecido e de plutônio - possíveis ingredientes de uma bomba A - de 1.600 toneladas e 500 toneladas respectivamente.
Fontes: FOLHA - G1 - TV Globo - Agências
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