Petróleo nas Malvinas cria atrito entre Argentina e Grã-Bretanha

Reclamações argentinas são frequentes

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, convocou a embaixadora britânica em Buenos Aires, para protestar contra a informação de que a Grã-Bretanha teria autorizado a busca de petróleo na região das ilhas Malvinas (conhecidas como Falklands pelos britânicos).

Taiana entregou uma nota formal ao governo britânico expressando “enérgico protesto” contra a decisão.

Segundo o comunicado, o governo "rejeita firmemente a pretensão do Reino Unido de autorizar a realização das operações de exploração de hidrocarbonetos em regiões da plataforma continental argentina submetidas à ocupação ilegítima britânica".

"Esta é uma iniciativa ilegítima", disse Taiana a jornalistas no ministério.

Na segunda-feira, o jornal El Cronista publicou que a petroleira Desire Petroleum deverá começar a buscar petróleo no arquipélago ainda neste mês. Segundo o diário, esta é uma das quatro empresas com autorização britânica para realizar exploração petroleira naquele território.

Disputa por soberania

Os dois países entraram em guerra em 1982 na chamada "Guerra das Malvinas". Apesar da derrota das tropas argentinas, o governo mantém uma reivindicação pela soberania das ilhas na Organização das Nações Unidas (ONU).

A ONU, por sua vez, recomenda que os dois governos retomem a negociação pela soberania das ilhas e aconselha ainda que nenhum dos dois países realize modificações unilaterais sobre as Malvinas.

No comunicado emitido pelo governo argentino e entregue nesta terça-feira ao encarregado de negócios da representação diplomática da Grã Bretanha, o ministério "responsabiliza Londres por não respeitar as resoluções das Nações Unidas".

"A nova ação unilateral britânica soma-se à sucessão de ações unilaterais que levaram o governo argentino a dar por terminado, a partir de 27 de março de 2007, a Declaração conjunta argentino-britânico de setembro de 1995".

A Declaração se refere à chamada Cooperação de Atividades referente à "exploração de hidrocarbonetos na área sujeita a disputa de soberania".

No comunicado, a Argentina ressalta ainda que a "nova ação unilateral" do governo britânico é "incompatível" com o que foi estabelecido na ONU, que reconhece a "existência da disputa pela soberania" das ilhas e sugere que as negociações sejam retomadas para uma "solução pacífica da disputa".

A reclamação argentina pela soberania das ilhas tem sido frequente desde que o ex-presidente Nestor Kirchner assumiu o governo, em 2003, e persiste durante a gestão da atual da presidente Cristina Kirchner, que chegou ao poder em 2007.


Fonte: BBC/ Marcia Carmo

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