Morreu Rosa Lobato Faria

Rosa Lobato Faria tinha 77 anos.

A actriz, escritora e compositora Rosa Lobato Faria faleceu hoje, terça-feira, apurou o JN. A cerimónia fúnebre decorre amanhã, quarta-feira, na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa.

Rosa Lobato Faria, de 77 anos, tinha sido internada, há uma semana, num hospital privado de Lisboa com uma grave anemia.

No Verão passado, a actriz sofreu uma infecção intestinal, que obrigou a uma intervenção cirúrgica da qual nunca recuperou totalmente.


Rosa Lobato de Faria foi poeta e ficcionista, tendo publicado em 2008 o último romance, "As Esquinas do Tempo". O primeiro romance - "O Pranto de Lúcifer" - foi publicado em 1995.

A escritora nasceu em Lisboa em Abril de 1932.

Começou a publicar tarde, aos 63 anos, quando saiu o romance "O pranto de Lúcifer", em 1995, mas a escrita esteve presente na sua vida desde a infância, com a escrita dos primeiros poemas.

O essencial da sua poesia está reunido no volume "Poemas Escolhidos e Dispersos", editado em 1997.

Entre os seus romances contam-se "A trança de Inês" (2001), "O sétimo véu" (2003) e "A alma trocada" (2007), além de várias obras para crianças, traduzidas noutros países.

Esteve várias décadas ligada à televisão, desde que se estreou na RTP como locutora nos anos 1960, tendo integrado como atriz várias telenovelas e séries televisivas.

Como actriz participou, por exemplo, nas novelas "Vila Faia", "Origens" e "Ninguém como tu" e entrou em séries de comédia como "Humor de perdição" e "A minha sogra é uma bruxa".

No cinema entrou recentemente nos filmes "Tráfico" (1998) e "A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003)", ambos de João Botelho.

Escreveu ainda dezenas de letras para canções, muitas delas para festivais da canção.

Cerimónia fúnebre na quarta-feira

O corpo de Rosa Lobato Faria vai estar quarta feira de manhã na Igreja de Santa Isabel, perto do Largo do Rato, em Lisboa, onde decorrerá uma missa pelas 15:00, disse um familiar.

Depois da cerimónia, o funeral sairá para um cemitério de Lisboa, mas a fonte disse ainda desconhecer qual.

Assegurou, contudo, que os restos mortais da actriz que ficou conhecida pela participação em Novelas como "Vila Faia" e "Origens" irão ser cremados num dos dois únicos cemitérios que o fazem em Lisboa: Olivais ou Alto de S. João.

Vida e Obra

Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria (20 de Abril de 1932 - 2 de Fevereiro de 2010[1]), escritora e actriz portuguesa.

Filha de um oficial da Marinha, cresceu entre Lisboa e Alpalhão, no Alentejo. Era viúva de Joaquim Figueiredo Magalhães, editor literário, desde 26 de Novembro de 2008.

Romancista, publicou O Pranto de Lúcifer (1995), Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camila (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), galardoado com o Prémio Máxima de Literatura em 2000, A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004) e A Flor do Sal (2005). Em co-autoria participou em Os Novos Mistérios da Estrada de Sintra e Código d' Avintes. Para além disto publicou contos infantis (A Erva Milagrosa, As quatro Portas do Céu e Histórias de Muitas Cores).

Na poesia foi autora de A Gaveta de Baixo, longo poema inédito, acompanhado de aguarelas de Oliveira Tavares, estando o resto da sua obra reúnida no volume Poemas Escolhidos e Dispersos (1997). Para o teatro escreveu as peças A Hora do Gato, Sete Anos – Esquemas de um Casamento e A Severa. Foi ainda a letrista que, a par de José Carlos Ary dos Santos, permanece como a mais bem sucedida no Festival RTP da Canção, tendo obtido quatro vezes o primeiro lugar com Amor de Água Fresca (1992), Chamar a Música (1994), Baunilha e Chocolate (1995) e Antes do Adeus (1997).

Enveredou pela representação ao participar, na televisão, em séries (1987 - Cobardias, 1988 - A Mala de Cartão, 1992 - Crónica do Tempo, 1992 - Os Melhores Anos), sitcoms (1987 - Humor de Perdição, 1990 - Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça, 2002 - A Minha Sogra é uma Bruxa, 2006 - Aqui Não Há Quem Viva) e novelas (1982 - Vila Faia, 1983 - Origens, 2004 - Só Gosto de Ti, 2005 - Ninguém como Tu). Assinou o argumento de Humor de Perdição (1987), Passerelle (1988), Pisca-Pisca (1989), Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça (1990), Telhados de Vidro (1994) e Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995).

Experimentou o cinema, sob a direcção de João Botelho, em Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003), além dos filmes de Lauro António, Paisagem Sem Barcos (1983) e O Vestido Cor de Fogo (1986) e Jogo de Mão, de Monique Rutler (1984).

Fonte: Jornal de Notícias - Wikipédia

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