Escola é a primeira a desfilar no Anhembi nesta sexta-feira (12). Enredo mistura samba e rap para contar evolução da medicina.
Apoio de bateria leva imagem de santo padroeiro (Foto: Raul Zito/G1)
Após ficar dois anos no Grupo de Acesso, a Imperador do Ipiranga volta ao Grupo Especial de São Paulo e promete surpreender neste Carnaval com a história da medicina. A escola é a primeira a se apresentar no Anhembi na noite desta sexta-feira, primeira noite de desfiles no sambódromo.
"Toda a diretoria se engajou. Estamos vindo com um trabalho grande, com um trabalho sério, praticamente perfeito. Estamos ansiosos, com uma expectativa muito boa", afirmou Jamil Jorge, presidente da escola.
A escola estava na concentração por volta das 23h20 e começou a desfilar cerca de dez minutos depois. A Imperador terá entre 55 e 65 minutos para se apresentar no Anhembi. Com o tema "Da Antiguidade a Tecnologia: Medicina, a Nobre Arte de Salvar Vidas", a Imperador mostra a trajetória da medicina desde o antigo Egito até os tempos modernos.
Para o desfile, a escola conta com cerca de 4.000 integrantes divididos em 29 alas e cinco alegorias.
As alas e alegorias contam como os egípcios começaram a desenvolver a medicina com técnicas de mumificação em um período em que os deuses eram idolatrados e acreditava-se que as doenças eram castigo.
O "pai" da medicina, o médico grego Hipócrates também será reverenciado. Seu trabalho marca o fim da medicina como divindade e inaugura a ciência baseada na observação clínica.
"Nós temos o anseio que a nossa comunidade também possa usufruir dessa medicina de ponta. É também uma forma de chamar a atenção para que um dos princípios básicos da Constituição brasileira seja respeitado, que é o da saúde", afirma Jorge.
O abre-alas da Imperador do Ipiranga representa o Egito. Na história da medicina, os egípcios dominavam as técnicas de mumificação e realizavam cirurgias. (Foto: Carolina Iskandarian)
O carro abre-alas promete ser o grande atrativo da agremiação, com cerca de 80 metros de comprimento. Com representações do início da medicina no Egito, a escola vai levar 123 esculturas apenas no primeiro carro e pretende inovar com uma iluminação especial, feita por uma empresa que faz shows de artistas internacionais no país.
A atriz e apresentadora Adriana Lessa é a madrinha da bateria, posição que ocupa desde o ano passado. (Foto: Carolina Iskandarian/G1)Durante o desfile serão enaltecidas as grandes conquistas da medicina que nos beneficiam nos dias atuais, como a importância da descoberta do sistema circulatório e o funcionamento do organismo. A Idade Média, conhecida como período obscuro da medicina, também será retratada. Na sequência, as alas homenageiam o período do Renascimento e artistas como Michelângelo e Leonardo da Vinci, que criaram a primeira escola de anatomia.
"O objetivo da escola é enaltecer todos aqueles que fizeram e fazem da história da medicina uma nobre profissão", diz o carnavalesco Anselmo Brito.
A escola também vai contar a importância das guerras para o avanço da medicina, já que neste período foram descobertos vários medicamentos, entre eles, a penicilina.
Sete anjos brancos e sete anjos negros formam a comissão de frente que representa dois personagens que estão presentes na rotina dos médicos: a vida e a morte.
Enchentes
Em 21 de janeiro, o barracão da Imperador foi vítima do transbordamento do Rio Tamanduateí, na Zona Sul da capital paulista. Metade das alegorias foi danificada. Um elefante, feito de isopor, com 3,5 metros de altura e cerca de 70 kg, chegou a ser arrastado pela água. Para dar a volta por cima, os integrantes da agremiação e da comunidade dobraram a jornada de trabalho.
Desfiles
Depois da Imperador do Ipiranga se apresentam no Anhembi as escolas Leandro de Itaquera, Acadêmicos do Tucuruvi, Mancha Verde, Unidos de Vila Maria, Rosas de Ouro e Vai-Vai.
No sábado é a vez de Águia de Ouro, Tom Maior, Mocidade Alegre, X-9 Paulistana, Gaviões da Fiel Império de Casa Verde e Pérola Negra.
Fontes: FOLHA - G1 - TV Globo
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