Ex-alunos lamentam naufrágio de veleiro
Foto de veleiro canadense que naufragou na costa do Rio; 64 pessoas foram resgatadasMatéria anteror sobre o tema
A mãe de um dos estudantes resgatados após o naufrágio de um navio canadense na costa brasileira, ocorrido na noite de quinta (18), disse ser um "milagre" o fato de todos os 64 ocupantes da embarcação terem sido resgatados com vida. Em entrevista ao jornal local "The Globe and Mail", Christie Johnson, mãe de David Saabas, afirmou que a escola West Island College International, proprietária da embarcação, sempre assegurou que os alunos soubessem como agir em situações de emergência.
"É um milagre, mas eu acho que é porque eles [os alunos] foram cuidadosos", disse Christie, nesta sexta.
De acordo com a Marinha, o chamado de resgate feito pelo navio veleiro Concordia foi recebido por volta das 17h de quinta. Os ocupantes da embarcação estavam em quatro balsas salva-vidas a cerca de 300 milhas (cerca de 550 km) do litoral do Rio. A primeira balsa foi localizada pela Força Aérea Brasileira por volta das 20h de ontem.
O pai de David embarcou hoje para o Brasil, onde deve reencontrar com o filho. Segundo a Marinha, a previsão é que os ocupantes --que estão em dois navios mercantes-- desembarquem entre as 10h e as 12h de sábado (20) à Base Naval do Rio, na ilha do Mocanguê.
Ao jornal canadense "Ottawa Citizen" a diretora da escola, Kate Knight, afirmou que o veleiro sofreu "problemas catastróficos", que motivaram o abandono da embarcação, e disse ter ficado chocada com a notícia. A instituição, porém, afirmou desconhecer o que teria causado os problema.
"Nossa primeira preocupação foi com a segurança de todos da nossa equipe e de nossos estudantes. Obviamente é uma informação chocante de ser recebida," afirmou.
O Canadá agradeceu ao Brasil pelo resgate de 64 estudantes e membros da tripulação do veleiro, e elogiou os trabalhos de resgate feitos pelas autoridades brasileiras.
"A tripulação e todos os passageiros se encontram sãos e salvos. É uma boa notícia", disse o ministro canadense das Relações Exteriores, Lawrence Cannon, em um comunicado.
"Agradeço as autoridades brasileiras que realizaram essa operação de resgate e agiram rapidamente para prestar assistência ao veleiro e a seus passageiros", concluiu.
As buscas contaram com embarcações da Marinha, navios mercantes e uma aeronave Hercules, da Força Aérea Brasileira.
Ex-alunos lamentam naufrágio de veleiro canadense em comunidade na internet
Ex-alunos do veleiro canadense que afundou na quinta-feira (18) a aproximadamente 550 km da costa brasileira lamentam a notícia do naufrágio em comunidade do site de relacionamento Facebook. A comunidade é destinada a "todos que tiveram a sorte de zarpar para o mar aberto com o SV Concordia" e reúne 548 membros.
A embarcação pertence a uma escola canadense, a West Island College International. Os 64 ocupantes foram resgatados e passam bem.
"Eu nem posso imaginar o que deve ter sido implementar exercícios de segurança reais e ficar sentado por horas em uma balsa salva-vidas, sem saber o que ia acontecer! O fato de o Concordia estar no fundo do mar me entristece e e só posso pensar em todas as lembranças, imagens, a vida a bordo (...) O Concordia vai navegar nas nossas memórias para sempre", escreveu Sarah Kim.
Wojtek Wacowski, que afirma ter sido imediato do veleiro entre 1995 e 2001, pediu aos ex-alunos que descrevessem o que a experiência na embarcação significava para eles. "Confie em mim --sua mensagem será útil. Sugiro que você tente relembrar todos os treinamentos e como você se preparava para emergências (...) Será um importante registro da cultura de segurança a bordo do SV Concordia."
Muitas pessoas identificadas como ex-alunos atenderam ao pedido, lamentando o naufrágio e relembrando as viagens que fizeram no veleiro.
"De coração partido. Ele me mostrou o mundo. Estou muito feliz que todos estejam bem", escreveu Melissa Pundsack.
"Uma rádio vai me entrevistar sobre a vida a bordo do Concordia. Oh, por onde começar? Ainda estou em choque. Não posso acreditar que ele se foi!", escreveu Lisa Cook-McGowan.
"Estou completamente devastado. Ele era um grande navio, e o ano em que o chamei de casa foi sem dúvida o mais memorável da minha vida. Estou tão feliz por saber que todos estão sãos e salvos. Sua falta será sentida", escreveu Christina Moon.
"Agradeço a Deus por todos aqueles exercícios de segurança. Nada pode preparar você para algo como isso, mas eles sempre fizeram eu me sentir mais seguro quanto possível. Muito obrigado aos brasileiros que os salvaram", escreveu Kirstie Rulka.
Naufrágio
De acordo com a assessoria da Marinha, o chamado de resgate feito pelo veleiro foi recebido por volta das 17h de quinta-feira (18). A embarcação havia saído de Recife em 8 de fevereiro e seguia em direção a Montevidéu, no Uruguai. No trajeto, porém, ela enfrentou forte ventania, o que levou a embarcação a emborcar e naufragar, afirmou um tripulante à Marinha.
A Marinha informou que entre os ocupantes do Concordia estavam 47 estudantes de ensino médio e superior, de ao menos nove nacionalidades. A previsão é que os ocupantes --que estão em dois navios mercantes-- desembarquem entre as 10h e as 12h deste sábado (20), conforme as condições climáticas.
Ocupantes de veleiro que naufragou chegam neste sábado ao Rio
Os ocupantes do veleiro canadense que naufragou quinta-feira (18) a aproximadamente 550 km da costa desembarcam neste sábado no Rio. A embarcação pertence a uma escola canadense, a West Island College International. Os 64 ocupantes foram resgatados e passam bem.
Segundo a Marinha, a previsão é que os ocupantes --que estão em dois navios mercantes-- desembarquem entre as 10h e as 12h, conforme as condições climáticas. Há possibilidade que eles sejam transferidos de helicóptero para embarcações da Marinha, antes de chegar à Base Naval do Rio, na ilha do Mocanguê, também dependendo das condições do mar.
O Ministério das Relações Exteriores informou que entre os 64 ocupantes do veleiro Concordia estavam 47 estudantes de ensino médio e superior, de ao menos cinco nacionalidades: canadense, americana, japonesa, britânica e alemã --não há brasileiros.
De acordo com a assessoria da Marinha, o chamado de resgate feito pelo navio veleiro Concordia foi recebido por volta das 17h de quinta. A embarcação havia saído de Recife em 8 de fevereiro e seguia em direção a Montevidéu, no Uruguai, quando enfrentou forte ventania que levou a embarcação a emborcar e naufragar, afirmou um tripulante à Marinha.
As buscas contaram com embarcações da Marinha, navios mercantes e uma aeronave Hercules, da Força Aérea Brasileira.
Tempestade em alto mar pode ter causado naufrágio de veleiro
A Marinha diz que uma tempestade em alto mar, como as de cinema, pode ter causado o naufrágio de um veleiro canadense no litoral do Brasil.
As imagens do site de divulgação do veleiro Concórdia mostram alunos que estudaram no barco escola em anos anteriores. Na viagem atual, 64 pessoas estavam a bordo.
Em setembro do ano passado ele saiu do Canadá com jovens entre 16 e 21 anos de nove países. Passou pelo Reino Unido, Mar Mediterrâneo e África. Cruzou o Atlântico e chegou ao Recife em janeiro. No início de fevereiro, partiu em direção a Montevidéu.
O último contato do veleiro foi feito na quarta-feira (17) à noite, e foi um pedido de socorro. Quase 24 horas depois um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) encontrou os botes salva vidas com as 64 pessoas vivas, a quase 560 km da costa brasileira.
Satélite
As fotos feitas por um satélite meteorológico norte-americano mostram as condições na região na quarta à noite, quando aconteceu o naufrágio. Dois fenômenos podem ter piorado o tempo no local onde o Concórdia passava.
Primeiro uma frente fria vinda do Rio Grande do Sul chegou à região. Ela foi seguida de muito perto pelo que os meteorologistas chamam de sistema de alta pressão.
A frente fria formou as nuvens, o sistema de alta pressão aumentou o vento. As ondas podem ter chegado a três metros de altura. Os ventos fizeram o veleiro virar. Logo depois ele afundou.
“O vento forte normalmente levanta muito o mar. O que nós vemos nos filmes acontecem também na realidade”, afirmou o vice-almirante Gilberto Max, comandante do Primeiro Distrito Naval.
Fonte: FOLHA
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