Brasil se torna o segundo maior produtor de transgênicos do mundo

Brasil só é superado pelos EUA

O Brasil se tornou, pela primeira vez, o segundo maior produtor de transgênicos no planeta, com 21,4 milhões de hectares plantados, segundo dados fornecidos pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês) nesta terça-feira (23).

Com isso, o Brasil plantou 16% dos 134 milhões de hectares de transgênicos cultivados em 2009 no mundo.

Plantação de soja transgênica na cidade de Ronda Alta, interior do Rio Grande do Sul / Juca Varella -17.jan.04/Folha Imagem

No ranking, feito com dados relativos ao ano de 2009, o país ultrapassou a Argentina --cujo plantio chegou a 21,3 milhões de hectares-- e fica atrás dos Estados Unidos (com 64 milhões).

O crescimento brasileiro foi 35,4% maior em relação a 2008 (quando o país registrou 5,6 milhões de hectares).

"Trata-se do maior índice de crescimento entre os 25 países produtores de transgênicos, especialmente em razão da rápida adoção do milho transgênico", afirma a Isaaa, em comunicado.

A base de produtos geneticamente modificados plantados no Brasil reside na soja (71%), no milho (31%) e no algodão (16%), segundo a entidade.

Os principais Estados produtores que adotaram tecnologia transgênica são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.

"Em 2009, 14 milhões de agricultores plantaram 134 milhões de hectares de lavouras transgênicas em 25 países, bem acima dos 13,3 milhões de agricultores e 125 milhões de hectares (7%) em 2008. Notadamente, em 2009, treze dos quatorze milhões de agricultores, ou 90%, foram pequenos agricultores com recursos escassos em países em desenvolvimento", afirma o relatório da Isaaa.

Brasil pode convencer África a aceitar transgênicos, diz assessora dos EUA

A parceria diplomática e científica entre o Brasil e os EUA pode ajudar a vencer a resistência dos países africanos aos transgênicos e abrir caminho para que vegetais geneticamente modificados tenham "um impacto positivo para a segurança alimentar do mundo".

É o que diz a bióloga Nina Fedoroff, 67, assessora especial de ciência da secretária de Estado Hillary Clinton.


Máquina pulveriza agrotóxicos em lavoura de soja transgênica em Ronda Alta, RS; assessora dos EUA propõe convencer africanos / Juca Varella/Folha Imagem

Originalmente indicada por Condoleezza Rice para o cargo, ela se abstém de criticar o governo George W. Bush, ao contrário de muitos cientistas norte-americanos, mas afirma que o presidente Barack Obama foi quem mais abraçou o conceito de "diplomacia científica".

Segundo ela, trata-se de usar a colaboração internacional entre pesquisadores como forma de fortalecer a ação conjunta sobre temas controversos, como os transgênicos --ou o aquecimento global e a explosão populacional, duas de suas grandes preocupações.

Fedoroff esteve em São Paulo na semana passada para tentar ampliar as parcerias na área de ciência e desenvolvimento entre norte-americanos e brasileiros.

Em entrevista à Folha, reconheceu que é muito difícil fazer com que o público dos EUA se importe o suficiente com as mudanças climáticas para levá-lo a agir.

Ela diz que estudos sobre a biologia das plantas cultivadas podem ser um caminho "semitecnológico" para minimizar o carbono na atmosfera e ataca os que rejeitam os transgênicos.

"Não existe nenhum risco real. Os riscos, depois de 13 anos de plantio comercial, continuam sendo hipotéticos."


Fonte: FOLHA / REINALDO JOSÉ LOPES

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails