Cantora equilibra personalidade e clichês em apresentação.
'I am... Tour' passa ainda pelo Rio de Janeiro e por Salvador.
Não é à toa que Beyoncé ganhou seis prêmios na mais recente edição do Grammy e ainda levou o título de artista da década do jornal inglês “The Guardian”. Em seu primeiro show na capital paulista, na noite de sábado (6) no Estádio do Morumbi, a cantora norte-americana provou que sabe usar o corpo e o vozeirão em prol de uma performance completa.
O espetáculo pode não contar com todo o aparato técnico de uma turnê de Madonna, mas leva ao público os elementos essenciais para criar empatia e conquistá-lo de cara.
Diva abriu show cantando 'Crazy in Love'. (Foto: Daigo Oliva/G1)
Assim que entra em cena, vestida em um maiô dourado com um enorme laçarote no bumbum, a artista hipnotiza a plateia com o sucesso “Crazy in love”. A batida empolgante do hit faz com que, em pouco tempo, 60 mil pessoas – conforme informações da organização – se movimentem como se fossem uma só. O telão de alta definição no fundo do palco dá uma ideia da real dimensão da cantora frente aos fãs: enorme, impecável, com os cabelos esvoaçantes.
Beyoncé pertence a uma linhagem de artistas da música negra que entraram cedo nesse universo em uma banda e ganharam destaque quando saíram em carreira solo – assim como aconteceu com Diana Ross (The Supremes) e Michael Jackson (Jackson Five). O rei do pop, aliás, é lembrado ao final do show, quando a cantora pede para todos erguerem as mãos em uma homenagem.
A bela também não deixa de honrar o próprio passado (ainda que recente) em um medley de canções da época em que integrava o Destiny’s Child (com “Bootylicious”, “Bug a boo” e “Jumpin’ jumpin’”.
Com a segurança de quem tem talento desde que nasceu – como provam os vídeos da artista cantando e dançando ainda na infância, na introdução da faixa “Radio” – Beyoncé aproveita para expressar seus mais diferentes desejos e se reserva ao direito de ser contraditória. Se, num momento, ela entoa a canção religiosa “Ave Maria” e se transforma em uma noiva virginal, toda de branco, em outro ela encarna uma roqueira de óculos escuros e roupa justa de couro, cantando “If I were a boy”.
O bloco mais romântico – que inclui ainda as baladas “Smash into you” e “Broken hearted girl” – resvala no kitsch. Mas, em seguida, a ideia que se propõe é a de uma mulher metade bicho, metade robô. Neste momento, Beyoncé encarna a poderosa vestindo um dos figurinos mais inusitados entre as produções feitas exclusivamente para ela pelo estilista francês Thierry Mugler e levanta o público novamente com “Diva”, de pegada mais eletrônica. Em outro vídeo no telão, a musa cita uma lista de palavras – entre as quais sexo e compromisso.
Formada só por mulheres, a banda que a acompanha ganha destaque em um dos intervalos, com direito a solo de guitarra e de piano. Na sequência, o trio de estilosas vocalistas batizado de The Mamas assume o controle, mostrando a potência vocal que ajuda a encorpar toda a apresentação. Já os quatro bailarinos sarados da trupe têm o seu melhor momento durante a performance de “Upgrade U”, quando Beyoncé vai para um palco menor, que se projeta no meio da pista vip.
O show termina com a energia alta. Depois do hit rebolativo “Single ladies (Put a ring on it)” – e a coreografia que ganhou fama pelo mundo afora, conquistando até o presidente americano, Barack Obama – vem a balada “Halo” – uma das canções mais tocadas nas rádios brasileiras em 2009. Mantendo a tradição, Beyoncé canta “Parabéns a você” a todos os aniversariantes da noite. E, em tempos de internet, não faltam agradecimentos como “obrigada aos fãs por todos os seus twitts”. Duas horas depois, não resta dúvida quanto ao seu talento. Afinal, diva de verdade sabe equilibrar bem personalidade e clichês.
Beyoncé chega a São Paulo em um dos melhores momentos de sua carreira. (Foto: Daigo Oliva/G1)
Depois de São Paulo, Beyoncé passa ainda por Rio de Janeiro (neste domingo, 7, e segunda, 8) e Salvador (quarta, 10). Confira abaixo informações sobre os shows:
RIO DE JANEIRO (Com show de abertura de Wanessa)
Quando: domingo (7) e segunda (8), às 20h
Onde: HSBC Arena, Av. Embaixador Abelardo Bueno, 340. Abertura dos portões às 17h.
Ingressos: esgotados para o show de domingo (7). De R$ 120 a R$ 750. Estudantes pagam meia-entrada.
Informações: www.livepass.com.br / 4003 1527 (custo de ligação local)
SALVADOR (Com show de abertura de Ivete Sangalo)
Quando: quarta (10), às 21h
Onde: Parque de Exposições de Salvador – Avenida Luís Viana.
Ingressos: De R$ R$ 60 a R$ 400.
Informações: www.livepass.com.br / 4003 1527 (custo de ligação local)
Fonte: G1/ Lígia Nogueira
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