Perminov indicou que um plano sério para evitar que uma catástrofe como esta aconteça seria provavelmente um projeto internacional
Passagem próxima do Apophis em 13 de abril de 2029
Cientistas russos se encontrarão em breve com a missão de trabalhar em um plano para salvar a Terra de uma potencial catástrofe: uma colisão com um asteroide gigante daqui a 26 anos, disse nesta quarta-feira (30) o diretor da agência espacial russa.
"Em breve teremos uma reunião fechada de nosso colégio, o conselho técnico-científico, para estudar o que pode ser feito" para evitar que o asteróide Apophis caia no planeta em 2036, disse Anatoly Perminov à rádio Voz da Rússia.
"Estamos falando na vida das pessoas", acrescentou Perminov, citado pelas agências de notícias.
"Melhor gastar algumas centenas de milhões de dólares para criar um sistema que evite uma colisão do que esperar até que aconteça e centenas de milhares de pessoas morram", destacou.
O asteróide Apophis mede aproximadamente 350 metros de diâmetro. A agência RIA Novosti informou que, se atingisse a Terra em 2036, criaria um deserto do tamanho da França.
Perminov indicou que um plano sério para evitar que uma catástrofe como esta aconteça seria provavelmente um projeto internacional, envolvendo especialistas espaciais da Rússia, Estados Unidos, Canadá, China e Europa.
A Interfax também citou o cientista russo, afirmando que uma das opções seria a construção de um novo "aparato espacial" para desviar o Apophis de sua rota de colisão com a Terra.
"Não haverá explosões nucleares", disse Perminov. "Tudo será feito de acordo com as leis da física. Estudaremos tudo".
Improvável
Em uma nota divulgada em outubro, a Nasa explica que seus cálculos sobre o trajeto do Apophis indicam que há "uma probabilidade significativamente reduzida de um encontro prejudicial com a Terra em 2036".
"Técnicas modernas e novos dados disponíveis indicam que a probabilidade de uma colisão do Apophis com a Terra em 13 de abril de 2036 caiu de uma em 45.000 para aproximadamente quatro em um milhão", afirmou a agência espacial americana.
Informações Adicionais
O Apophis (nome astronômico 99942 Apophis, previamente catalogado como 2004 MN4 ) é um asteroide que causou um breve período de preocupação em dezembro de 2004 por que as observações iniciais indicavam uma probabilidade pequena (até 2,7%) de que ele iria atingir a Terra em 2029.
Observações adicionais melhoraram as predições e eliminaram a possibilidade de um impacto na Terra ou na Lua em 2029. Entretanto, uma possibilidade ainda existe de que na passagem de 2029 o Apophis venha a passar por uma fenda de ressonância gravitacional, uma região precisa não maior que 600 metros, causaria um impacto direto em 13 de abril de 2036.
Esta possibilidade mantém o asteróide no Nível 1 da escala de perigo de impacto de Turim até agosto de 2006. Ele quebrou o recorde de maior nível na escala de Turim, estando, por um espaço curto de tempo, no nível 4, antes de ser rebaixado.
Observações adicionais da trajetória do Apophis revelaram que a fenda provavelmente não será atingida e em 5 de agosto de 2006 o Apophis foi rebaixado para nível 0 na escala de Turim. Até 16 de abril de 2008, a probabilidade de impacto em 13 de abril de 2036 era calculada como sendo de 1 em 45.000.Uma data de impacto adicional em 2037 também foi identificada. A probabilidade para este encontro foi calculada como sendo 1 em 12,3 milhões.
Muitos cientistas concordam que o Apophis merece ser vigiado de perto e, para isto, em fevereiro de 2008 a Planetary Society deu um prêmio de US$50.000 para companias e estudantes que apresentarem projetos para sondas espaciais que colocariam um dispositivo de rastreamento sobre ou próximo do asteroide.
Em julho de 2005, o ex-astronauta da Apollo Rusty Schweickart, como chefe da Fundação B612, solicitou formalmente que a Nasa investigasse a possibilidade de que a órbita do asteroide pós-2029 estivesse em ressonância orbital com a Terra, o que iria aumentar a probabilidade de impactos futuros. Schweickart solicitou uma investigação da necessidade de colocar um transponder no asteroide para um rastreamento mais preciso de como sua órbita é afetada pelo efeito Yarkovsky.
Possíveis efeitos do impacto
A Nasa estimou inicialmente que a energia que o Apophis liberaria se atingisse a Terra como equivalente a 1.480 megatons de TNT. Uma estimativa da Nasa posterior, mais refinada, era de 880 megatons.O impacto que criou a Cratera Barringer ou causou o evento de tunguska são estimados como estando no intervalo de 3–10 megatons. A erupção de 1883 do Krakatoa foi equivalente a quase 200 megatons.
Os efeitos exatos de qualquer impacto variam bastante dependendo da composição do asteroide, localização e ângulo do impacto. Qualquer impacto será extremamento danoso a uma área de milhares de quilômetros quadrados, mas seria bastante improvável que tivesse efeitos globais duradouros, como o início de um inverno de impacto.
A Fundação B612 fez estimativas do caminho do Apophis se um impacto com a Terra em 2036 acontecesse, como parte de um esforço para desenvolver estratégias de deflexão.O resultado é um corredor estreito com algumas milhas de largura, chamado de caminho de risco, que inclui a maior parte do sul da Rússia, através do Pacífico norte (relativamente próximo da costa da Califórnia e México), então bem entre a Nicarágua e Costa Rica, cruzando o norte da Colômbia e Venezuela, terminando no Atlântico, um pouco antes de atingir a África.
Mapa de risco onde o 99942 Apophis pode impactar na Terra em 2036.
Usando a ferramenta de simulação NEOSim, foi estimado que um impacto hipotético do Apophis em países como a Colômbia e Venezuela, que estão no caminho de risco, levariam a mais de 10 milhões de fatalidades.Um impcato a vários milhares de milhas da costa oeste dos Estados unidos produziria um tsunami devastador.
Cálculos amadores
Nico Marquardt, um adolescente de 13 anos da Alemanha, produziu uma estimativa de colisão de 1 em 450 (100 vezes maior que o cálculo da Nasa) em abril de 2008, ao fatorar a possibilidade do Apophis colidir com um ou mais dos satélites geossíncronos durante sua passagem em 13 de abril de 2029. Esta estimativa teria sido confirmada pela ESA e Nasa , mas em uma declaração oficial a Nasa negou que tenha tido contato com Marquardt.
A declaração explicou que o ângulo de aproximação do Apophis ao equador terrestre significa que ele não irá atravessar o cinturão equatorial de satélites geosíncronos e que o tamanho extremamente pequenos dos satélites em relação ao tamanho de suas órbitas significa que não há risco de colisão, e que o efeito na trajetória do Apophis em um impacto assim seria insignificante.
Em 16 de abril de 2008, o boletim da Nasa NASA News Release 08-103 reafirmou que sua estimativa de chance de impacto de 1 em 45.000 em 2036 permanece válida.
Fontes: FOLHA - France Press - Wikipedia - NASA - JPL - BGA
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