Conflito em Albina deixou rastro de destruição na cidade/
Uma missão diplomática formada por brasileiros e surinameses viaja na manhã deste domingo à cidade de Albina, que fica a 150 quilômetros da capital do Suriname, Paramaribo, para verificar a situação dos brasileiros após um violento ataque que deixou ao menos 14 feridos e um bebê morto.
A missão diplomática deve se encontrar no final do dia com dois diplomatas da divisão de assistência aos brasileiros que partiram às 7h de Brasília, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), e devem chegar a Paramaribo às 14h.
"Vamos avaliar a área, ver se a região é segura para os brasileiros", disse à Folha Online o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, que faz parte da missão junto a outras sete pessoas, entre eles representantes do governo surinamês, agentes da polícia, e o adido militar da embaixada brasileira.
Ainda não há números oficiais de mortos e a verificação dos fatos é complicada, segundo o Ministério de Relações Exteriores Brasileiro, devido a "logística complicada" de Albina, uma cidade de cerca de 10 mil habitantes.
O número que o embaixador recebeu das autoridades locais foi de 14 feridos, sete em estado grave. Entre os feridos encontra-se ainda uma brasileira grávida que, devido ao ataque, perdeu o bebê. Ela foi a única que não foi levada para a capital do país, Paramaribo --foi transferida para um hospital na Guiana Francesa.
O brasileiro Paulo da Silva, que testemunhou o ataque e falou por telefone neste sábado com a Folha Online disse que ao menos quatro pessoas teriam morrido na ação. Já o padre brasileiro José Vergílio, citado pela BBC, disse que as vítimas chegam a sete. "Os brasileiros falam vários números de vítimas, mas posso apenas confirmar os 14 feridos", disse o embaixador.
"Eles vão verificar in loco o que aconteceu e ver o qucomunidade brasileira quer", e a disse a assessoria do Itamaraty.
O avião da FAB não levou nenhum suprimento já que não se sabe se os brasileiros precisam de algo. "Mas, assim que soubermos que há necessidade, enviaremos um outro avião", afirmou a assessoria.
Facões e machados foram utilizados no ataque contra os brasileiros, realizado durante a noite de Natal. Além disso, os surinameses supostamente estupraram mulheres no incidente, ocorrido em Albina, que fica a 150 quilômetros de Paramaíbo.
Segundo Costa disse neste domingo à Folha Online, é pouco provável que os brasileiros queiram voltar a Albina depois do ataque violento. "Mas nenhum brasileiro com quem eu falei disse querer deixar o país", ressaltou.
Albina tem um grande contingente de brasileiros que vão trabalhar com garimpo no outro lado da fronteira --o que é proibido pelas leis daquele território, que ainda pertence aos franceses.
Avião da FAB leva funcionários do Itamaraty para ajudar brasileiros no Suriname
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou às 7h deste domingo de Brasília rumo ao Suriname, levando a bordo dois funcionários do Ministério de Relações Exteriores para ajudar os brasileiros que foram vítimas de um ataque de um grupo de surinameses.
Segundo a assessoria de imprensa da FAB, o avião cumpria missão a pedido do próprio ministério e deve pousar no Suriname, às 14h. A assessoria de imprensa do ministério não sabe informar quem são os funcionários.
O ministério disse não ter o número oficial de vítimas do ataque e mantém informação deste sábado de que 14 brasileiros ficaram feridos. O governo brasileiro, segundo o Itamaraty, aguarda a investigação realizada pela polícia do Suriname.
Fonte: FOLHA

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