Papa Bento 16 vai acelerar beatificação de pontífice criticado por silêncio em Holocausto
Imagem de arquivo mostra o Papa Pio 12, criticado por suposto silêncio durante Holocausto, que matou 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial/Efe
Israel pediu neste domingo (20) a abertura dos arquivos do Vaticano sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), depois da decisão de Bento 16 de acelerar o processo de beatificação do Papa Pio 12, criticado por seu silêncio durante o Holocausto (o massacre de 6 milhões de judeus cometido pelos nazistas).
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, declarou à agência AFP:
- O processo de beatificação não nos diz respeito, é uma questão da Igreja Católica. Cabe aos historiadores avaliarem o papel de Pio 12, e é por isso que pedimos a abertura dos arquivos do Vaticano sobre a Segunda Guerra.
Neste sábado (19), o papa Bento 16 proclamou "veneráveis" dois de seus predecessores, João Paulo 2º e Pio 12, suscitando reações negativas das comunidades judaicas de Berlim, na Alemanha, e Roma, na Itália.
No fim da década de 1960, Pio 12 foi acusado de ter tido uma "atitude passiva" frente ao Holocausto, o que desacelerou seu processo de beatificação, iniciado em 1967.
Porém, desde que substituiu João Paulo 2º, em 2005, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, que era adolescente na época do nazismo, já defendeu Pio 12 diversas vezes.
Em 2008, o rabino David Rosen, que em 1993 ajudou a negociar o "acordo fundamental" sobre o estabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e a Santa Sé, disse que os arquivos do Vaticano não serão disponibilizados antes de 2013.
Também em 2008, o ministro israelense dos Assuntos Sociais, Yitzhak Herzog, qualificou de "inaceitável" o projeto para "transformar Pio 12 em santo":
- O Vaticano sabia o que estava acontecendo na Europa durante o Holocausto. O Papa se manteve em silêncio e talvez fez pior, em vez de denunciar o sangue derramado, como manda a Bíblia.
Fonte: R7 - AFP
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