O centro de operação do ONS em Brasília

Gerente executivo explicou como o ONS age em casos de blecaute. No momento do apagão, gráficos apontaram geração zero de energia.


O G1 visitou nesta sexta-feira (20) as instalações do Operador Nacional do Sistema (ONS), em Brasília, e conheceu o passo a passo da ação dos operadores em 10 de novembro, dia em que houve o apagão que deixou 18 estados brasileiros sem luz durante cerca de 4 horas.

O ONS é responsável por gerir e coordenar a transmissão de energia elétrica em todo o país. A sede do órgão em Brasília é chamada de centro nacional de operação e gerencia a atuação de quatro sedes regionais. Cerca de 730 funcionários se revezam para que a supervisão dure 24 horas por dia.



É numa sala silenciosa e repleta de gráficos eletrônicos que os operadores controlam a continuidade das transmissões e o nível de carga descarregada, assim como as transferências de energia de uma região para a outra. Um dos gráficos aponta as linhas de transmissão e suas conexões. Outro revela a carga que está sendo gerada em cada estado. Um o outro mostra a freqüência do sistema, que precisa estar sempre em 60 Hertz para que o nível de consumo esteja em equilíbrio com a energia liberada. Se um estiver maior do que outro, os operadores aumentam ou diminuem a liberação de eletricidade, conforme o caso.

Um último gráfico, com o mapa do Brasil, revela a geração em cada região, assim como a transferência de energia de um estado para o outro. O gráfico mostra ainda, com ênfase, a geração de eletricidade por Itaipu Binacional, a maior hidrelétrica Brasileira. Nesta sexta, a carga elétrica liberada pela usina ao Brasil estava na faixa de 9.300 Megawatts. No momento do blecaute, o gráfico registrou zero.

Qualquer alteração é denunciada imediatamente pelos gráficos. Ao menor sinal de desequilíbrio, o primeiro passo dos engenheiros do ONS nacional é se comunicar com as sedes regionais para verificar o nível de desabastecimento e as cidades mais afetadas. O ONS, com a supervisão da Aneel, tem uma espécie de “roteiro” em casos de crise. Cada usina, em tese, já sabe o que deve fazer na ocorrência de um blecaute e restabelece seu sistema de geração de acordo com prioridades estabelecidas no “roteiro”.

No entanto, diante da complexidade de um apagão, os operadores do ONS precisam coordenar o fechamento dos “corredores de composição”, que são as linhas de transmissão formadas em situação de restabelecimento de energia, de acordo com a gravidade de cada região.

No caso do blecaute do dia 10, o ONS orientou, por exemplo, a Usina de Ilha Solteira (SP) a mandar energia mais rapidamente para São Paulo pela linha que liga Araraquara (SP) a Santo Angelo (SP). Para que a luz chegasse o quanto antes, os operadores mandaram diminuir a carga e acelerar, com isso, a liberação.

As regiões com blecaute total são priorizadas. No apagão, os operadores se concentraram em mandar energia para São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Existem ainda as chamadas “cargas essenciais”, energia enviada com prioridade para hospitais, locais de policiamento e iluminação pública.

Fontes: G1/ Nathalia Passarinho- TV Globo

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails