Primeiro acordo em décadas
O ministro das relações exteriores da Armenia, Edouard Nalbandian (à esq.) e o ministro turco, Ahmet Davutoglu, assinam acordo/Patrick Kraemer/Reuters
Turquia e Armênia assinaram neste sábado acordos para estabilizar relações diplomáticas e abrir fronteiras após um século de hostilidade decorrente do assassinato em massa de armênios por forças otomanas (turcas) na Primeira Guerra Mundial.
O ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, e seu contraparte armênio, Edward Nalbandian, assinaram um acordo mediado pelo governo suíço em Zurique, num encontro do qual participou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Hillary ajudou a sanar problemas de última hora sobre os documentos entregues na cerimônia.
Os parlamentares turcos e armênios têm agora de aprovar o acordo em meio à oposição de nacionalistas de ambos os lados e a uma diáspora armênia que exige que a Turquia reconheça o assassinato de até 1,5 milhão de armênios como genocídio.
No dia 31 de agosto os dois países haviam anunciado o início das negociações finais para o estabelecimento de relações diplomáticas. Ambos concordaram em iniciar "consultas políticas internas" sobre dois protocolos: um relativo ao estabelecimento de relações diplomáticas e outro sobre o desenvolvimento de ligações bilaterais.
Aliados dos EUA, Armênia e Turquia mantinham suas fronteiras fechadas e sofreram pressão americana e europeia para que alcançarem a conciliação. A Turquia foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Armênia, em 1991, após o colapso da União Soviética, mas os dois países nunca estabeleceram relações diplomáticas, em razão de divergências sobre a questão dos massacres de armênios praticados sob o Império Otomano, entre 1915 e 1917.
Fontes: FOLHA - France Press
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