Os países da zona euro estão "preocupados" com a situação atual nos mercados de câmbio e com a debilidade do dólar, disse nesta segunda-feira (19) o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
"Discutimos amplamente entre nós as taxas de câmbio, que são um problema que nos preocupa", declarou Juncker à imprensa, em referência à forte queda do dólar, especialmente diante do euro, o que afeta a recuperação econômica na Europa.
Juncker falou após uma reunião, em Luxemburgo, do foro de ministros de Finanças do Eurogrupo.
A moeda única europeia se valorizou fortemente nas últimas semanas e ontem se aproximou do seu mais alto nível em relação ao dólar em 14 meses.
O euro era cotado na noite de ontem a US$ 1,4958, contra US$ 1,4903 no fechamento de sexta-feira (16).
Desde o início de março, o euro já subiu 18% em relação ao dólar.
"Todos concordam que é preciso um dólar forte, que necessitamos (a Europa) de um dólar forte...", disse a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde.
O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, pediu que as autoridades americanas passem das palavras aos atos para sustentar o dólar.
"Todos escutamos com grande atenção as declarações das autoridades americanas sobre sua política de dólar forte", disse Trichet.
As autoridades dos EUA garantem que apóiam o princípio de um dólar forte, mas a atual situação favorece as exportações americanas, incentiva a compra interna de produtos nacionais e se transforma em um fator importante para a reativação da primeira potência econômica mundial.
Para a zona do euro, o dólar fraco reduz as exportações e ameaça o tímido início de reativação econômica na região, após a recessão que varreu o planeta a partir do final de 2008.
Se a atual força do euro persistir, "corremos o risco (...) de deter a recuperação econômica na Europa", declarou Juncker na sexta-feira passada.
Os 16 países que compartilham a moeda única enfrentam ainda a debilidade da moeda chinesa, o iuane, mantida artificialmente baixa há anos por Pequim para apoiar as exportações da China e seu crescimento.
Juncker anunciou na noite de segunda-feira que "até o final do ano" viajará à China, com Trichet, para analisar "a política de câmbio" e tentar convencer Pequim a permitir a valorização de sua moeda, especialmente em relação ao dólar.
Fonte: FOLHA - FP
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