O Chevrolet Agile

Carro compacto da General Motors chega a partir de R$ 37.708.  Modelo traz características similares às do 'irmão mais velho' Corsa.


Chevrolet Agile vai custar a partir de R$ 37.708 (Foto: Divulgação)



Na apresentação técnica do Chevrolet Agile, os executivos da General Motors explicaram que enquanto o consumidor de classe média “tradicional” se diz satisfeito em ter um carro como o Corsa, as pessoas com perfil mais “jovem e moderno”, antenadas com as novas tecnologias e as tendências da moda, por exemplo, buscavam um veículo com mais “estilo”. O Agile, que chega ao mercado a partir do dia 19 com preço sugerido a partir de R$ 37.708, ressalta um design que agrada aos jovens “emergentes”. Mas, para quem dirige, a sensação é quase a mesma de estar no comando de um Corsa.

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Direção segura na estrada (Foto: Divulgação)

A intenção da GM com o lançamento do Agile - projeto de US$ 400 milhões com criação e desenvolvimento no Brasil e fabricação em Rosário, na Argentina - não é propriamente promover uma canibalização de modelos, ou seja, uma disputa interna entre o novo compacto e o veterano Corsa. Mas sim, mirar a supremacia do Volkswagen Fox no mercado de hatches que custam mais de R$ 35 mil. Renault Sandero e Fiat Punto também são outros fortes concorrentes.

Segundo a GM, o Corsa continuará em produção por mais alguns anos – a montadora não revela até quando vai manter o modelo nas linhas de montagem. Mas, pelas semelhanças entre os dois modelos, o consumidor terá de escolher entre o tradicional (o Corsa 1.4 custa R$ 33 mil) e o moderno.


Chevrolet Agile tem duas versões e é equipado com motor 1.4 (Foto: Editoria de Arte/G1)

O G1 andou na versão básica do Agile, a LT, em um percurso por ruas e estradas de Mendoza, cidade do lado oeste da Argentina, à beira da Cordilheira dos Andes. O carro também terá uma versão mais cara, a LTZ (por R$ 39.601). Nas duas versões, o Agile tem câmbio manual e motor 1.4 econoflex com 102 cv de potência no álcool e 97 cv com gasolina (dois cavalos a menos que o motor do Corsa).

O propulsor garante boa arrancada, agilidade nas ultrapassagens e retomadas de velocidade e bom desempenho na estrada. De acordo com a fabricante, o carro tem um consumo urbano de 12,1 km/l com gasolina e 8,4 km/l com álcool, e desempenho na estrada de 16,2 km/l com gasolina e 11,2 km/l com álcool. Porém, assim como o seu “irmão mais velho”, o Agile transfere para o habitáculo interno boa parte da barulheira do motor quando atinge 120 km/h. O isolamento acústico da cabine continua sendo um problema.

A transmissão do Agile é segura, a troca de marchas é feita sem solavancos e o motorista sente que está com o total controle do carro ao volante quando é preciso fazer a curva. Estabilidade também observada no Corsa.

O design do novo Chevrolet merece aplausos. Pode ter gente que não ache o Agile bonito, mas a iniciativa da montadora em arriscar novos conceitos visuais para os seus carros é louvável. Afinal, durante muito tempo a GM ficou apenas remaquiando os modelos de sua frota. Com o Agile, a empresa pretende renovar sua linha de carros completamente até 2012. Para isso, precisava dar nova cara ao primogênito desta família – na mesma plataforma do Agile estão previstas as chegadas de um sedã, uma picape em um jipinho.

A frente tem grelha em forma de trapézio com uma barra no meio e os faróis seguem a tendência trazida pelo utilitário esportivo Captiva. Já as linhas laterais saem do formato “quadrado” de outros modelos e trazem um grafismo que une a última coluna do carro com a parte trazeira, compondo um visual interessante.

Bancos rebatíveis


Bancos podem ser rebatidos aumentando a capacidade de carga (Foto: Divulgação)

Na parte interna, três pontos a favor: a capacidade do porta-malas de 327 litros - o maior entre os concorrentes -, o painel com luz azul e visual mais esportivo e o rebatimento do banco do passageiro da frente e de parte do banco traseiro. Isso permite, por exemplo, levar dentro do carro uma bagagem comprida, como uma prancha de surfe para viagens à praia, ou o tapete da sala enrolado para ser entregue ao tintureiro.

Tem 27 porta-objetos para guardar copos, garrafas e revistas, entre outros trecos, além de um compartimento para esconder o GPS na parte central superior do painel.


Chevrolet Agile (Foto: Divulgação)

Internamente, o Agile também marcou alguns gols contras. Os materiais plásticos de acabamento são frágeis e fáceis de riscar. As portas têm uma alavanca de abertura interna que fica na ponta do braço de apoio, fácil de ser manuseada por crianças, por exemplo.


Por causa da posição do compartimento de abertura destas alavancas,os botões de acionamento elétrico dos vidros não ficam na altura dos dedos quando se apóia o braço, mas na palma da mão. Com isso, o motorista é obrigado a desviar os olhos da pista para achar onde ficam os botões toda vez que for subir ou descer os vidros.

A capacidade para acomodar três pessoas no banco traseiro é questionável. Fizemos um teste com três adultos, dois homens e uma mulher: as pernas ficaram com uma boa folga, mas duro foi acomodar os ombros de tão apertado.


O Agile em Mendoza, com a Pré-Cordilheira dos Andes ao fundo (Foto: Divulgação)

Para quem senta atrás, a cabeça também fica a uma distância curta do teto, o que pode ser um problema para quem é muito alto. Isto já não acontece para quem senta na frente, onde o trabalho de design proporcionou uma boa altura no cockpit. Com um bom espaço sobre a cabeça do motorista, a GM buscou uma "estranha" forma de dar ao Agile a sensação de dirigir um carro mais alto - característica semelhante ao do concorrente VW Fox. Estranha porque o sistema eleva a metade de trás do assento e o motorista fica quase debruçado sobre o volante.

Não, o Agile não é mais alto que o Fox, ao contrário, tem 1,47 metro de altura contra 1,54 do carro da Volkswagen. No entanto, o mecanismo de ajuste da altura do banco eleva o condutor para uma posição mais alta e inclinada para frente, aumentando o ângulo de visão da pista.

A conclusão é que a chegada do Agile vai esquentar o mercado dos hatches mais caros. Ainda este ano, a Volkswagen vai lançar a linha 2010 do Fox prometendo algumas mudanças no modelo. O Renault Sandero já conquistou um público após quase dois anos de mercado. A GM acredita poder vender 3,5 mil unidades do Agile por mês. Vai ser uma briga boa.

Fonte: G1

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