Chávez diz que pode fazer zona nuclear na Venezuela

Presidente venezuelano fez declaração neste sábado, no Irã.
Com Mahmoud Ahmadinejad, Chávez reafirmou ‘luta contra imperialismo’.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expressou neste sábado (5), em Teerã, a ideia de construir uma "zona nuclear" em seu país, com a ajuda do Irã. A informação foi divulgada pela emissora de televisão "PressTV".

No sábado, primeiro dia da oitava visita do líder sul-americano a Teerã, Chávez se encontrou com o presidente Mahmoud Ahmadinejad, com quem reafirmou seu compromisso na "luta contra o imperialismo".

O venezuelano qualificou o Irã de aliado estratégico firme, ao qual a Venezuela apoia em questões como seu "direito" a desenvolver energia nuclear.

"Estamos convencidos de que o Irã, como demonstrou, não vai deixar seus esforços para conseguir o que é um direito de seu povo: ter equipamento e estruturas para fazer um uso civil da energia atômica", disse Chávez. Em seguida, ressaltou que "não existe prova alguma de que o Irã esteja construindo uma bomba. Em breve, nos acusarão também de construir uma bomba", acrescentou.


Hugo Chávez (esq.) durante encontro com presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad (dir.), neste sábado. (Foto: AP)

Relações

Segundo fontes diplomáticas venezuelanas disseram à agência Efe, a visita se centrará na promoção do eixo sul-sul e na consolidação das regras que guiarão as relações entre os dois países durante os próximos dez anos.

"Irã e Venezuela compartilham a importante missão de ajudar as nações revolucionárias oprimidas e de estender a frente antiimperialista pelo planeta", disse Ahmadinejad, durante o encontro. "Acabaram aqueles tempos em que os poderes arrogantes podiam influir nas nações revolucionárias", afirmou o presidente iraniano, citado pela imprensa oficial.

Na sexta-feira (4), o embaixador venezuelano em Teerã, David Velasquez Carballo, confirmou à Efe que, atualmente, não existe cooperação nuclear entre os dois países, mas não descartou que pudesse ser estabelecida no futuro.

"A Venezuela e o Irã não têm cooperação em matéria nuclear no momento, mas poderiam ter no futuro. Na Venezuela, há 40 ou 50 anos, foi construído um reator nuclear que nunca foi colocado em funcionamento", explicou.

Protestos

Também neste sábado, milhares de pessoas marcharam na Venezuela, mostrando que, depois de mais de dez anos sob comando de Hugo Chávez, a sociedade do país produtor de petróleo continua rachada. Os lemas mudam, mas os motivos continuam os mesmos: uns defendem as radicais mudanças políticas e econômicas que o presidente esquerdista impôs, enquanto outros denunciam que o ex-militar é uma ameaça para a democracia, e seu governo, um nicho de corrupção.

Enfrentando a primeira contração econômica após um período de bonança baseado no petróleo e meses depois de ganhar um referendo que eliminou os limites a sua reeleição, Chávez redobrou o ritmo de sua “revolução socialista”, com profundas e polêmicas reformas legais que têm atemorizado seus adversários.

A mais controversa foi a nova Lei de Educação aprovada no mês passado pela Assembleia Nacional e que, segundo a oposição, permitirá ao governo ideologizar as crianças e impor um sistema escolar inspirado na Cuba comunista.

Tremulando bandeiras nacionais e com cartazes que diziam “Marcho pelos meus filhos: não nos calarão”, milhares de opositores vestidos de branco percorreram várias avenidas da capital venezuelana até a sede do Ministério Público, que acusam de seguir as ordens do presidente.


Os seguidores de Chávez concentraram-se próximos à manifestação opositora. (Foto: Reuters)

Na véspera das manifestações, foram realizadas dezenas de concentrações em várias cidades do mundo respondendo a uma convocação com o lema “Chávez, não mais”, divulgadas através de sites como o Facebook e o Twitter para protestar contra a política externa do presidente, acusado de interferir nos assuntos de outros países.

Já os seguidores do mandatário, vestidos de vermelho, concentraram-se diante do Ministério das Relações Exteriores, a centenas de metros da manifestação opositora, para defender a nova política educativa e acusar seus adversários de "vender a pátria ao império norte-americano".



Fontes: G1- Agências internacionais

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