Kennedy morreu na noite de terça-feira, aos 77 anos de idade.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestou neste sábado (29) uma emocionante homenagem ao senador Ted Kennedy, que qualificou de defensor dos pobres e de "alma do Partido Democrata".
Obama durante funeral de Ted Kennedy em Boston (Foto: Jewel Samad/AFP)
"O mundo se lembrará de Ted Kennedy como o defensor dos pobres, a alma do Partido Democrata e o Leão do Senado dos Estados Unidos", declarou Obama.
Em discurso emocionante, Obama se referiu ao "caçula da família que se tornou seu patriarca, o sonhador inveterado que se tornou sua rocha".
No elogio fúnebre pronunciado neste sábado durante a missa de corpo presente organizada na basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Boston (Massachusetts, nordeste dos EUA), Obama também mencionou "a resistência e o humor" de Ted Kennedy, que morreu na terça-feira aos 77 anos das consequências de um tumor do cérebro, que "venceu mais sofrimentos e tragédias que a maioria dentre nós nunca conhecerá".
"Em vez de se tornar amargo e endurecido, ele se transformou em alegre combatente, que lutou pelos direitos dos outros e se tornou o maior legislador de nossa época", prosseguiu o presidente americano diante da família de Ted Kennedy e dos ex-presidentes George W. Bush, Bill Clinton e Jimmy Carter, entre outras personalidades.
"Como tantos outros na cidade onde trabalhou por quase meio século, o conheci como um colega, um mentor e, sobretudo, como um amigo", disse Obama, o único não pertence ao clã Kennedy que discursou durante a missa fúnebre.
Em um discurso de 15 minutos para mais de mil convidados, Obama louvou a obra e a figura de Kennedy, ao afirmar que o fio motor de sua obra legislativa durante 47 anos no Senado foi a defesa dos marginalizados, dos soldados e dos imigrantes, entre outros.
Obama durante discurso no funeral de Ted Kennedy (Foto: AP)
Ao enumerar os altos e baixos na biografia de Kennedy, Obama assinalou que, pelas tragédias de sua família, o ex-senador pôde compreender o sofrimento dos demais, desde uma criança doente que não tem acesso a atendimento médico, até uma mulher privada de seus direitos por sua aparência ou procedência.
Kennedy "foi produto de uma era na qual o gozo e a nobreza da política impediram que as diferenças de partido e filosofia fossem barreiras à cooperação e ao respeito mútuo, em um tempo em que os adversários ainda se viam como patriotas", observou Obama.
"Foi assim que Ted Kennedy se tornou o maior dos legisladores de nosso tempo. Tinha seus princípios, mas também buscou consenso, através da amizade, nobreza e humor", disse Obama, como exemplo do bipartidarismo que caracterizou Kennedy no Senado.
Além de lembrar a obra de Kennedy, o presidente americano também quis recordá-lo como o homem que "se deu de coração", que pensou sempre nos detalhes pessoais como pai, amigo, colega, ou o chefe “adorado por seus funcionários".
Nesse sentido, Obama disse que, após os atentados de 11 de setembro de 2001, "Teddy se encarregou de ligar pessoalmente para cada uma das 177 famílias do estado de Massachusetts que perderam um ente querido" no ataque.
"O passar do tempo nunca cura realmente a trágica memória de semelhante perda, mas seguimos adiante, porque devemos fazer isso, porque nossos entes queridos desejariam isso e porque ainda há essa luz que nos guia no mundo pelo amor que nos deram", afirmou. "Seguimos adiante", acrescentou.
Obama, que recebeu importante apoio de Kennedy durante a disputa presidencial de 2008, foi precedido na missa fúnebre por parentes do senador, entre eles sua filha, Kara, sua enteada, Caroline Raclin, vários sobrinhos e seus filhos Ted e Patrick.
Missa
O corpo de Kennedy, levado por membros das Forças Armadas dos EUA, foi recebido com uma solene música e um suave aroma de incenso, em uma celebração custodiada por agentes do Serviço Secreto, posicionados nos corredores da basílica.
A missa, celebrada por seis sacerdotes, contou com a atuação do tenor espanhol Plácido Domingo e do violoncelista americano Yo-Yo Ma.
Kennedy morreu na noite de terça-feira, aos 77 anos de idade, devido a um câncer cerebral e, embora não tenha conseguido se eleger a presidente em 1980, foi lembrado durante três dias de luto nacional como um dos melhores legisladores da história do Senado americano.
Fontes: G1 - Efe - AP - CNN
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