Projeto americano ganha concurso do novo museu em Copacabana

Prédio será erguido onde hoje funciona boate, na Avenida Atlântica. Custo será de R$ 65 milhões. Obras devem durar dois anos e meio.

Projeto escolhido foi de Diller Scofidio

O projeto do escritório americano Diller Scofidio foi o escolhido para dar forma ao novo Museu da Imagem e do Som (MIS), que guardará à beira-mar um dos maiores bancos de dados da cultura brasileira. O museu vai ocupar o lugar da boate Help, em Copacabana, na orla da Zona Sul carioca. A escolha foi anunciada pelo governador Sérgio Cabral, na tarde desta segunda-feira (10).

O custo do projeto está estimado em R$ 65 milhões. Desse total, R$ 50 milhões serão investidos pelo governo do estado – incluindo os R$ 13 milhões referentes à desapropriação do imóvel – e R$ 15 milhões serão captados por meio de parcerias privadas.

As obras devem começar no início de 2010. A expectativa é que o museu fique pronto dois anos e meio após a demolição do prédio em que hoje funciona a boate, na Avenida Atlântica. Segundo a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, o valor da desapropriação foi contestado na Justiça e um perito já foi nomeado para arbitrar a quantia. Com isso, a estimativa é que a demolição do prédio ocorra dentro de dois meses.

“A Help, que começou há tanto tempo, se desvirtuou e acabou se tornando um centro de prostituição, de tráfico. Sonhava em ver aquilo com outra ocupação”, disse o governador Sérgio Cabral, durante o anúncio.

Inspiração nas curvas do calçadão

O projeto assinado pelos arquitetos americanos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio buscou inspiração nas curvas do calçadão de Copacabana, “dialogando com a paisagem”. O museu terá uma área total de 6.000 m². O prédio, de aproximadamente 4.500 m², abrigará salas de exposição fixas e temporárias, um auditório, salas para consulta e pesquisa, cafeteria, um restaurante panorâmico e um piano bar.

“Entre os fatores determinantes para a escolha estão a promoção da integração entre a praia de Copacabana e o museu, além da redemocratização da vista. Será um ícone arquitetônico do Rio”, disse a Adriana Rattes.

Paisagem valorizada

O projeto prevê rampas e paredes vazadas, em que os visitantes poderão apreciar não só o acervo do museu, como a paisagem de Copacabana. Durante a apresentação, os arquitetos contaram que estiveram no Brasil pela primeira vez na semana passada e que, ao receber a notícia de que saíram vitoriosos da disputa, “pularam para cima e para baixo de alegria”.

“Estamos ansiosos para levar o projeto para o próximo passo”, disse Elizabeth, durante a apresentação.

Segundo Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, parceira da Secretaria de Cultura no projeto, a escolha foi difícil.

“Ficamos dois dias reunidos na fundação. O júri teve uma tarefa árdua”, disse Barreto.

Sete escritórios estavam na disputa

Sete escritórios de arquitetura do Brasil e do mundo foram convidados a participar do concurso. O objetivo é que, no novo MIS, o acervo seja exibido de forma contemporânea, fazendo uso de novas mídias e da tecnologia, apostando na interatividade.

De acordo com Barreto, o valor total do projeto inclui essa Infraestutura tecnológica, além da digitalização de parte do acervo.

O museu, que hoje está dividido em dois prédios, um na Lapa e outro na Praça XV, no Centro do Rio, abriu suas portas em setembro de 1965, com o objetivo de preservar o melhor do produto nacional audiovisual. Hoje, tem no acervo 22 coleções com mais de dez mil peças expostas. São 1.300 metros lineares de documentos como fotografias, cartazes, discos, filmes, vídeos e recortes de jornal.

Fonte: O Globo

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