À imprensa do país, ex-cirurgião plástico declarou que não se sente na prisão, mas em um 'hotel 4 estrelas'
Hosmany Ramos em foto publicada em seu site
SÃO PAULO - O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos foi preso na semana passada na Islândia. Ele estava foragido da Justiça e foi preso ao tentar entrar no país. A informação foi confirmada pela editora Geração Editorial, que publica os livros de Hosmany Ramos no Brasil. Marco Antônio Arantes de Paiva, advogado do ex-cirurgião, voltou a afirmar ao estadao.com.br que vai abandonar a defesa do caso.
Paiva contou que a última vez que falou com seu cliente foi em dezembro, quando Hosmany Ramos demonstrou interesse em sair do País. Segundo ele, não foi informado sobre a saída de Hosmany do Brasil nem sobre sua prisão na Islândia.
À imprensa da Islândia, Hosmany declarou que não se sente na cadeia, mas sim em um "hotel 4 estrelas". "Aqui, não estou preso. É como um hotel 4 estrelas. Nunca vi algo assim", disse Hosmany em uma entrevista ao Canal 2. "Em uma cela deste tamanho há de 30 a 40 presos no Brasil", declarou.
Hosmany foi preso usando o passaporte do irmão. O documento falso foi descoberto no Aeroporto de Keflavik, na Islândia. Ele chegava de Oslo, na Noruega, e embarcaria para o Canadá.
O ex-médico, que trabalhou com Ivo Pitanguy e era presença frequente nas colunas sociais, se recusou a voltar à cadeia após conseguir o benefício do indulto de Natal em 2008.
Preso em novembro de 1981, Hosmany foi condenado a 53 anos de prisão pelo assassinato de dois cúmplices - o piloto Joel Avon e o estelionatário Firmiano Angel -, por roubo de aviões e contrabando de carros importados. De acordo com a nota enviada por seu suposto assessor, "era um médico famoso e intelectual refinado, quando, de repente, por razão que nem ele mesmo consegue explicar, viu-se do outro lado da lei".
Hosmany quer ficar na Islândia para escrever autobiografia
O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos quer continuar na Islândia para terminar sua autobiografia. Hosmany foi preso na semana passada ao tentar entrar no país usando o passaporte do irmão. Ele está foragido da Justiça brasileira desde o fim de 2008, quando saiu da cadeia no interior de São Paulo com o benefício da saída temporária de Natal. Condenado a 15 dias, ele classifica a prisão islandesa como um "hotel 4 estrelas".
Na prisão, ele tem acesso à internet, iPod, televisão e atende ao telefone. Hosmany deve ficar preso até a semana que vem e diz que não há como comparar as prisões brasileiras com as do país. "As prisões brasileiras são verdadeiros infernos", diz. O médico se diz perseguido no Brasil e conta que procurou um lugar "onde pudesse ser aceito".
Hosmany nega que estava indo para o Canadá. Ele embarcou de Oslo, na Noruega, em um voo que iria para o país da América do Norte, com uma escala na Islândia. No entanto, diz que sempre quis ir para a Islândia. "Aqui tem uma energia fantástica", afirma.
Para chegar até a Islândia, Hosmany passou por vários países da Europa. Ele conta que comprou um Euroline pass, um bilhete que custa cerca de 230 euros e dá direito a viagens ilimitadas entre países europeus durante 15 dias. Antes de ir para a Europa, passou pela Guiana Francesa, onde visitou a Ilha do Diabo, antiga colônia penal francesa retratada pelo escritor Henri Charrière no livro Papillon.
O ex-cirurgião conta que não quer voltar ao Brasil. "Se o Brasil quiser me levar, me considere como um médico. Então me deixem ficar do mesmo jeito que o Lalau que dai eu volto para São Paulo. Se tiver segurança, para mim não tem problema. Mas eu não pretendo isso", afirmou, fazendo referência ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. Lalau foi condenado por desviar quase R$ 170 milhões da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo e está preso em regime domiciliar.
Questionado sobre seu site, Hosmany não conta como faz para atualizá-lo e não comenta o conteúdo publicado.
Fonte: ESTADO/Mônica Aquino
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