Aneel aprova internet banda larga por meio da rede elétrica

A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou o regulamento para a transmissão de internet banda larga por meio da rede de energia elétrica, nesta terça-feira (25).

Entenda como funciona a internet rápida via rede elétrica

As redes também poderão ser utilizadas para levar televisão por assinatura aos consumidores. A regra também prevê que o uso da tecnologia PLC (Power Line Communications) não poderá prejudicar a qualidade da prestação do serviço de energia elétrica.

A legislação regulamenta ainda que as operadoras não vão oferecer diretamente a internet banda larga aos consumidores. Elas poderão, porém, criar uma empresa subsidiária para ofertar o serviço. As distribuidoras usarão a tecnologia para melhorar suas próprias atividades, utilizando a internet, por exemplo, para fazer medição eletrônica dos gastos de energia elétrica de seus consumidores, corte e religamento à distância e controle de perdas.

Além disso, parte dos ganhos das distribuidoras com a cessão de suas redes para o uso de internet serão computados durante os reajustes das tarifas de energia e poderão levar a uma redução no valor da conta de luz do consumidor.

Com o PLC, o consumidor poderá ter a internet banda larga diretamente na tomada. O uso da tecnologia deverá beneficiar principalmente localidades onde a internet de alta velocidade ainda não chega --já que as redes de energia elétrica estão em praticamente todo o país.

Eletropaulo diz que "internet pela tomada" chega a SP em 2009

A AES Eletropaulo Telecom anunciou a disponibilidade comercial do sistema de conexão à internet por meio da rede elétrica na Grande São Paulo. De acordo com a empresa, a tecnologia deve chegar ao consumidor no fim de 2009 --o prazo depende da adoção do sistema por parte das operadoras, já que a Eletropaulo fornece apenas a infra-estrutura.

Com o sistema, chamado BPL (Broadband Powerline), o usuário pode acessar a internet ao plugar um modem especial em qualquer tomada da casa. A tecnologia "injeta" a conexão vinda de um cabo de fibra óptica na rede elétrica.

O serviço está em teste no bairro de Moema, zona sul de São Paulo, desde o fim do ano passado. Atualmente, 150 clientes em 20 prédios da região têm acesso a esse tipo de conexão.

"A vantagem é que você não precisa fazer cabeamento, quebrar parede para puxar cabos que permitam o acesso à internet. É só usar as tomadas que já existem na residência", afirma Teresa Vernaglia, diretora-geral da AES Eletropaulo Telecom.

Injeção

Os equipamentos que unem o sinal da fibra óptica à rede elétrica podem ser colocados nos postes de rua ou diretamente nos medidores (popularmente conhecidos como "relógios") dos prédios. A empresa afirma que o sistema é mais adequado para edifícios, em que a conexão é dividida para vários clientes. Montar essa infra-estrutura para uma casa sairia muito caro.

De acordo com a Eletropaulo, durante os testes o sistema permitiu uma conexão de 80 MB por prédio: a velocidade para cada cliente vai depender do número de assinantes no local e do serviço contratado com a operadora.

Hoje, a empresa afirma que tem 2.000 km de fibra óptica instalada na Grande São Paulo --valor equivalente à distância entre São Paulo e Aracaju.

Liqüidificador VS. Navegação

Vernaglia reconhece que a internet pode sofrer com a interferência de outros eletrodomésticos --ao ligar um liqüidificador, por exemplo, a velocidade da conexão pode cair. Mas, segundo ela, os problemas "são mínimos" e podem ser resolvidos por meio de filtros plugados à tomada.

O serviço não será oferecido diretamente aos consumidores. A Eletropaulo apenas fornece a infra-estrutura de rede para operadoras interessadas em adotá-lo. A empresa afirma estar negociando com as operadoras, para que o sistema seja lançado efetivamente no primeiro trimestre do ano que vem.

A idéia é que a internet pela rede elétrica seja utilizada em locais de difícil acesso, longe das centrais telefônicas, em que seria necessário alto investimento para instalar uma nova rede de fibra óptica. Também deve ser aplicada em prédios que não comportem novos cabos para melhorar a qualidade do acesso à web.

Por enquanto, estão homologados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) apenas os equipamentos usados para a conexão direta nos prédios. O uso dos postes ainda está em fase de regulamentação pela agência.

Fonte: FOLHA

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails