OMS vai sugerir mudança nos testes da nova gripe
A OMS (Organização Mundial de Saúde) vai pedir nos próximos dias aos países que têm numerosos casos de gripe suína --A (H1N1)-- para não realizarem mais testes sistemáticos de laboratório, colocando em prática instrumentos de medição da tendência geral da pandemia.
"Nos próximos dias, a OMS vai anunciar uma série de recomendações no que diz respeito à vigilância" do vírus, informou nesta terça-feira Keiji Fukuda, vice-diretor da organização, durante entrevista coletiva.
Na opinião do médico, com mais de 90 mil casos oficialmente registrados no mundo, "estamos agora em um ponto no qual é apropriado para muitas nações mudar um pouco, para uma vigilância maior da doença".
Nos países nos quais muitos casos foram diagnosticados, são necessários "indicadores nacionais mais amplos", afirmou, citando a necessidade de estatísticas sobre
sintomas semelhantes aos da gripe e casos de pneumonia.
Fukuda disse que o grande número de casos em alguns países está sobrecarregando os laboratórios e tornando muito difícil manter os testes. As novas orientações vão "aliviar o fardo sobre os laboratórios", disse ele. Em alguns países com grandes focos do vírus, 95% ou mais de todos os casos de gripe são agora provocados pelo novo vírus.
"Nos países sem casos, nós recomendamos que as pessoas continuem passando por exames para que a presença do novo vírus possa ser confirmada", disse o especialista. "Em todos os países, vamos continuar a reforçar [a necessidade de] testes para casos incomuns, agrupamentos, casos excepcionalmente graves e novos sintomas."
Na última sexta-feira, o ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão, anunciou medida semelhante à que deve ser recomendada pela OMS. Ele disse que só seriam submetidas a exames laboratoriais para diagnóstico de gripe suína pessoas cujos casos fossem considerados graves --ou em casos de surtos localizados.
Balanço
Segundo o balanço mais recente da OMS, divulgado nesta segunda-feira, a nova doença já atinge 94.512 pessoas em 135 países e territórios. O vírus deixou ainda 429 mortos, a maioria deles nos Estados Unidos (170) e no México (119).
Segundo o balanço da OMS, os EUA mantiveram o número de casos --33.902.
No México --considerado o epicentro da gripe suína--, foram confirmados até agora 10.262 casos. O Canadá registrou 7.983 casos e 25 mortes.
No Reino Unido --o país europeu mais afetado--, as autoridades de saúde já registraram 7.447 infectados com o vírus da doença e três mortes.
Na América do Sul, o país mais afetado é o Chile, que confirmou 7.376 casos e 14 mortes. No entanto, a Argentina possui o maior número de mortes --60 de um total de 2.485 casos.
As autoridades de saúde da Austrália confirmaram que 5.298 pessoas contraíram a doença no país --desse total, dez morreram.
Na Tailândia, 2.076 casos de gripe suína já foram registrados. Em apenas dois dias, o número de mortos subiu de três para sete.
A OMS afirma ainda que a Costa Rica tem 277 casos da doença, além de três mortes.
O Ministério da Saúde confirmou neste domingo a existência de 73 novos casos de gripe suína no Brasil. Com isso, o país já registra 885 casos da doença --o valor se refere ao acumulado desde as primeiras infecções no Brasil, confirmados em 8 de maio.
A OMS, contudo, confirma 737 casos do novo vírus no Brasil, além de uma morte --um caminhoneiro do Rio Grande do Sul.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).
Fontes: Ag Int - FOLHA
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