Governo chinês diz que uigures receberam treinamento da al-Qaeda

China recusa proposta turca de levar caso para a ONU. Uigures dizem que são pacíficos e que as acusações são injustas.

O governo chinês disse nessa quinta-feira (9) que os distúrbios de domingo passado (5) em Urumqi foram atos premeditados realizados por muçulmanos uigures, entre eles "ativistas separatistas" que receberam treinamento da al-Qaeda e de outras organizações terroristas internacionais.

Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da China, Qin Gang, Pequim luta contra forças "extremistas, separatistas e terroristas" formadas no exterior. O governo do país mantém milhares de tropas nos locais da violência.

Quem são os uigures?

No entanto, Qin lembrou que os enfrentamentos entre muçulmanos uigures e chineses da etnia han na região de Xinjiang, que causaram pelo menos 156 mortos, são "um assunto totalmente interno da China", por isso descartou que qualquer organismo internacional participe do conflito. A resposta foi à proposta dada pela Turquia, país com fortes laços com os uigures pela origem turcomana desta etnia, de levar o conflito ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Os incidentes de 5 de julho são atos de violência criminal graves, organizados e premeditados, destinados a sabotar a união nacional e a solidariedade étnica do país", acrescentou.

O ministério disse ainda que China tomará duras medidas contra os agressores e a comunidade internacional deveria se unir, "em vez de adotar dois pesos e duas medidas".

O presidente da China, Hu Jintao, em suas primeiras declarações depois do breve retorno da cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países desenvolvidos e a Rússia) na Itália, disse que a estabilidade de Xinjiang é "a tarefa mais importante e premente", segundo uma nota da agência oficial "Xinhua".

O máximo líder chinês presidiu na quarta-feira (8), em Pequim, uma reunião do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista da China (PCCh), o órgão com mais poder no país, e que tratou exclusivamente das revoltas de Xinjiang, as piores vividas no país nas últimas duas décadas.



Fonte: G1-AG

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