Foto do Airbus acidentado, tirada em 2005
"Por enquanto, neste momento, não existe nenhuma explicação [para o acidente]. Não estamos escondendo nada, nem teríamos razão para esconder nada", disse Kouchner, em pronunciamento feito às famílias das vítimas dos ocupantes brasileiros, no hotel Windsor, no Rio.
De acordo com o chanceler, Brasil e França trabalham juntos para apurar as causas do acidente com o Airbus e na busca pelos destroços. Até a tarde desta quinta-feira, nenhum corpo havia sido encontrado.
O chanceler lamentou a tragédia e disse que "nada se compara aos relatos que ouviu das famílias". Hoje, Kouchner acompanhou a cerimônia em homenagem às 228 vítimas do acidente, realizada na igreja da Candelária, no Rio.
O chanceler afirmou ainda que "nenhuma hipótese foi descartada", ao responder às perguntas dos parentes das vítimas. Questionado sobre eventuais falhas existentes no modelo do avião --um Airbus A-330--, Kouchner disse que a informação será apurada, e afirmou: "Estou voltando hoje à noite à França em um avião Airbus A-330".
O avião caiu no oceano Atlântico na noite do último domingo (31), quando seguia do Rio para Paris com 228 pessoas a bordo --12 tripulantes e 216 passageiros, entre eles 58 brasileiros, segundo a companhia aérea.
Em relação às chances de encontrar sobreviventes, Kouchner afirmou apenas que a possibilidade é "ínfima", mas evitou falar em mortes.
Queixas
Mais cedo, também no hotel, familiares dos passageiros do voo 447 reclamaram da falta de informações por parte do governo francês.
"É lamentável a falta de comunicação por parte do governo francês. Estão divulgando muito pouco do que sabem", disse Nelson Faria Marinho, pai do passageiro Nelson Marinho Filho.
O chanceler disse que compreende as queixas das famílias das vítimas, mas reafirmou que a França está trabalhando para informá-los sobre todas as apurações levantadas.
Buscas
O trabalho da Aeronáutica e da Marinha estão sendo feitos de forma integrada. Cabe às aeronaves orientar os locais de encontro das peças e passar as coordenadas geográficas aos navios.
No mar, a coordenação dos trabalhos de busca estão sob o comando da embarcação Constituição no que eles denominam CCA (Comando de Cena de Ação). Auxiliando os trabalhos da Constituição, que é uma fragata, estão o navio-patrulha Grajaú e a corveta Caboclo.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco enviou na tarde desta quinta-feira à Aeronáutica sacos próprios para o recolhimento dos corpos das vítimas do voo 447. O material, segundo a secretaria, foi solicitado pela FAB (Força Aérea Brasileira), porém, quatro dias após a tragédia, nenhum dos ocupantes da aeronave foi localizado.
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