Governo transforma trecho da futura linha 6 em metrô leve


Pela segunda vez em menos de um ano e meio, o governo de São Paulo alterou o projeto da linha 6-laranja do metrô, que pretende ligar o centro à zona norte da cidade passando por parte da região oeste e pela Freguesia do Ó.

O Estado desistiu de fazer uma bifurcação a partir da futura estação Freguesia do Ó. Anunciada em dezembro, ela dava à linha um formato em "Y" (inédito na cidade) e levava o metrô a dois bairros periféricos: Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.

Agora, a linha 6-laranja, de fato, irá da Brasilândia até a estação São Joaquim da linha 1-azul, na região central. A "perna" do "Y" que seguiria em direção à Vila Nova Cachoeirinha foi transformada em uma nova linha, a 16-prata.

Ela será um metrô leve (de superfície, com trens menores e de construção mais barata) e irá até a estação Lapa da linha 7-rubi (Jundiaí-Luz) da CPTM, cruzando a futura linha 6.

O trajeto da linha 16-prata é semelhante ao proposto pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) nas eleições do ano passado --que foi criticado pela gestão José Serra (PSDB). O governo não comentou esse assunto.

O cronograma de construção da linha 6 foi mantido: início das obras no último trimestre de 2010, com conclusão no primeiro semestre de 2013. O custo, antes estimado em R$ 2 bilhões, não foi atualizado.

Já a linha 16-prata, cuja primeira versão do projeto deve sair até o final deste ano, ainda não tem custo estimado nem prazo para sair do papel.

Segundo especialistas, a opção pelo metrô leve pode reduzir pela metade o investimento necessário para o subterrâneo, cujo preço por quilômetro vai de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões. Por outro lado, a depender do trajeto, pode implicar mais desapropriações.

Um recurso é a construção de vias elevadas (como no Fura-Fila), que podem ter impacto negativo na paisagem se usadas em excesso, dizem urbanistas.

Vai e vem

O projeto da linha 6 foi lançado por Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em evento em março do ano passado --pouco após o trânsito da cidade ter batido seguidos recordes de congestionamentos.

Originalmente, ela ia da Freguesia do Ó a São Joaquim. Em dezembro, em novo evento, Serra e Kassab anunciaram o "Y" que expandiria a linha.

Ontem, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos negou que os anúncios anteriores tenham sido precipitados.

Segundo a pasta, a nova alteração foi definida após técnicos avaliarem que a demanda de passageiros até Vila Nova Cachoeirinha não justifica a opção por metrô subterrâneo.

Optou-se, então, pelo metrô leve, que, mesmo tendo metade da capacidade do tradicional, será suficiente para atender a região. A pasta não quantificou a demanda de passageiro projetada para cada uma das linhas.

Metrô de SP fará 7 garagens com integração

O Metrô de São Paulo lançou edital para expandir o sistema de estacionamentos anexos às estações, um programa iniciado no ano passado para estimular pessoas que têm carro a utilizar o sistema de integração com o transporte sobre trilhos.

Ao adquirir o tíquete do estacionamento, o usuário recebe também créditos de Bilhete Único para o sistema de trens e dos ônibus da SPTrans.

O edital abre concorrência para empresas explorarem mais 1.919 vagas, número que ainda pode ser alterado, em mais sete estações, incluindo as da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) em Guaianases e ao lado da avenida Nova Trabalhadores.

Atualmente, duas estações são dotadas do sistema, com 374 vagas no total, mas existem ainda garagens anexas a terminais, como na Barra Funda, que não têm a integração.

Os terrenos para os próximos estacionamentos ficam vizinhos aos terminais Bresser, Belém, Brás, Marechal Deodoro e na futura Tamanduateí, junto à avenida Presidente Wilson. A previsão é que todos estejam funcionando em 2010.

Já foram concedidos dois estacionamentos no sistema, chamado E-Fácil, nas estações Imigrantes, com 117 vagas, e Itaquera, com 257, que ficam na ponta da rede do Metrô.

Na Imigrantes, o usuário paga R$ 8,45 para estacionar por 12 horas. O horário de funcionamento é das 4h30 à 1h30. Cada hora adicional custa R$ 1,00.

Na Itaquera, o preço é menor, R$ 7,10. Desde que o E-Fácil começou a funcionar, há cinco meses, 24,6 mil veículos usaram as garagens da integração.

Os dois estacionamentos, porém, têm taxas de ocupação muito diferentes: enquanto o da Imigrantes é superlotado, o da Itaquera fica com muitas vagas livres. O primeiro abrigava ontem pelo menos o dobro de sua capacidade. Já na Itaquera, a lotação do estacionamento nunca foi atingida. Ontem, às 19h, havia apenas 11 carros parados no local.

O sistema deve ser adotado na expansão do Metrô, segundo Cristina Bastos, chefe do departamento de negócios da companhia. "Estamos atraindo um público novo", diz ela, com base em pesquisa que ouviu em março 160 pessoas nas duas primeiras estações.

De acordo com o levantamento, a renda média de quem estaciona nos locais (R$ 5.988) é quase o dobro do ganho médio do passageiro (R$ 3.112).

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