Integrante da alta hierarquia da Al Qaeda é preso em SP. Tarso vai protegê-lo?

Reinaldo Azevedo

Por Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo:
Está preso no Brasil, sob sigilo rigoroso, um integrante da alta hierarquia da Al Qaeda.
A prisão foi feita pela Polícia Federal em São Paulo, onde o terrorista estava fixado e em operações de âmbito internacional. Não consta, porém, que desenvolvesse alguma atividade relacionada a ações de terror no Brasil.

A importância do preso se revela no grau de sua responsabilidade operacional: o setor de comunicações internacionais da Al Qaeda. Tal atividade sugere provável relação entre recentes êxitos do FBI e a prisão aparentemente anterior feita em São Paulo. Há cinco dias, o FBI prendeu por antecipação os incumbidos de vários atentados iminentes nos Estados Unidos, inclusive em Nova York.

A cautela para preservação do sigilo fez a Polícia Federal atribuir a prisão, até mesmo para efeito interno, a investigações sobre células de neonazistas. Só o governo dos Estados Unidos tem informações do ocorrido em São Paulo, mesmo porque o FBI e o grupo americano antiterrorismo têm agentes no Brasil em ação conjunta com a Polícia Federal.

A escolha de São Paulo pela Al Qaeda parece decorrer, ao menos em parte, da conjunção de neutralidade simpática do governo brasileiro ante os países islâmicos e de inexistir, aqui, obsessão (e motivos para tê-la) antiterrorista. São Paulo, por sua vez, como a máfia, a camorra e coirmãs têm demonstrado, proporciona as condições populacionais e urbanísticas para desaparecer-se no gigantismo geral. O que, já nos anos 60-70, fizera os movimentos de luta armada a escolherem para seu campo de ação preferencial.

Por menos que a atividade do agora preso tivesse a ver com o Brasil, do ponto de vista brasileiro há um aspecto grave na constatação de sua presença aqui. Só Foz do Iguaçu, por estar na chamada Tríplice Fronteira, era vagamente citada como possível local de apoiadores de movimentos islâmicos. Com a presença ativa de um integrante da Al Qaeda em São Paulo, o Brasil entra no mapa das fixações internacionais do antiterrorismo. E nisso só há inconvenientes.

Comento

Bem, será preciso deixar o terrorista longe de Tarso Genro, não é mesmo? Afinal de contas, trata-se de um homem que, certamente, cometeu “crimes políticos”. Seja ele quem for, duvido que venha de um país mais democrático do que a Itália. Se for extraditado para seu país de origem, coitadinho!, certamente será morto.

Se bem se lembram, alguns aloprados por aqui já defenderam que o Brasil recebesse presos de Guantánamo, não é? Pois é. Precisamos cuidar agora deste pobre senhor que pretende destruir a “a civilização dos cruzados e dos judeus”…

Por que um figurão da Al Qaeda está no Brasil? Bem, deve ter achado que o ambiente político por aqui não lhe é exatamente hostil. Se há autoridades por aqui que gostam tanto de terroristas italianos e de narcoterroristas colombianos, por que não um facínora do extremismo islâmico?

Quando se trata de boçalidade, temos um governo sem preconceitos.

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