Regime comunista considera possível retaliação de país vizinho verdadeira "declaração de guerra"
N. Korea: No longer bound by 1953 truce
Veja a tensão reinante na fronteira entre as Coréias
Em reação à decisão da Coreia do Sul de participar da iniciativa contra a propagação de armas de destruição em massa liderada pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira que não está mais sujeita ao cessar-fogo de 1953, que encerrou a Guerra da Coreia, e que responderá com um ataque militar a qualquer interceptação de seus navios.
"Qualquer ato hostil contra nossas embarcações pacíficas, incluindo busca e apreensão, será considerado como uma imperdoável violação de nossa soberania e será imediatamente respondido com um poderoso ataque militar", disse um porta-voz do Exército norte-coreano em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA.
Pyongyang havia dito repetidas vezes que a adesão de Seul à Iniciativa de Segurança contra a Proliferação (PSI, na sigla em inglês) --acordo idealizado pelos EUA durante o governo do ex-presidente George W. Bush que visa interceptar navios que estejam carregando armas de destruição em massa ou materias relacionados-- seria uma "declaração de guerra".
"Como dito ao mundo, nossas forças revolucionárias irão considerar a participação plena na Iniciativa de Segurança contra a Proliferação pelo grupo de traidores de Lee Myung-bak [presidente sul-coreano] uma declaração de guerra", afirmou o porta-voz.
O comunicado diz ainda que a Coreia do Norte não pode mais garantir a segurança de navios militares e embarcações privadas dos EUA e da Coreia do Sul que cruzem a fronteira de sua costa oeste.
A Coreia do Sul anunciou na terça-feira que participaria "plenamente" da iniciativa liderada pelos Estados Unidos para impedir que armas de destruição e massa se espalhem pelo mundo.
Seul já havia decidido de se juntar à iniciativa quando a Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance, em 5 de abril, mas estava adiando um anúncio formal por esforços para retomar o diálogo com o vizinho. Com o teste nuclear de Pyongyang na segunda, entretanto, Seul considerou que não havia mais motivo para espera.
"O governo decidiu aderir à PSI em reação às sérias ameaças representadas pela propagação das armas de destruição em massa e de mísseis", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano Moon Tae-young em comunicado. Segundo o porta-voz, o acordo marítimo intercoreano assinado em 2005 continua válido.
O cessar-fogo de 1953, que dividiu a península coreana em Norte e Sul, nunca foi convertido em um acordo pleno de paz. Tecnicamente, os dois países ainda estão em estado de guerra.
Desafios
Depois de seu segundo teste nuclear ser condenado pela comunidade internacional, a Coreia do Norte continuou desafiando o mundo ao lançar mísseis de curto alcance no mar do Japão, em sua costa leste. No início desta quarta (terça-feira no Brasil), mais um míssil foi disparado, segundo fontes oficiais sul-coreanas citadas pela agência estatal de notícias da Coreia do Sul, Yonhap.
O teste nuclear anunciado na segunda pelo regime norte-coreano originou uma grave crise internacional e o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) prepara uma nova resolução de condenação que poderia incluir mais sanções para um regime já isolado.
Nesta segunda-feira, o CS concluiu que o segundo teste nuclear feito pela Coreia do Norte violou a resolução emitida pelo conselho em 2006, quando o regime norte-coreano fez seu primeiro teste nuclear.
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