O presidente venezuelano, Hugo Chávez, estará hoje em Salvador para outro de seus encontros trimestrais com o colega Luiz Inácio Lula da Silva. A ampliação de linhas de financiamento do BNDES à Venezuela será a novidade em meio a antigos impasses da agenda bilateral, como a entrada da Venezuela no Mercosul e a parceria entre Petrobras e PDVSA na refinaria de Pernambuco.
Com problemas de caixa por causa do baixo preço do petróleo, a Venezuela quer financiamento do BNDES para obras já em andamento tocadas por empresas brasileiras.
A negociação mais avançada envolve o empréstimo de US$ 732 milhões para o metrô de Caracas, sobre a responsabilidade da Odebrecht. Para garantia dos eventuais empréstimos, Chávez oferece suas reservas de petróleo como uma das alternativas.
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou ontem que o Brasil não teria problema em aceitar petróleo como garantia. Segundo ele, o Brasil já opera sistema similar com Angola “há anos”.
Segundo Garcia, os presidentes também discutirão em Salvador o imbróglio envolvendo a refinaria Abreu e Lima (PE). O negócio previa 40% de participação da PDVSA, mas isso até hoje não se concretizou.
Segundo fontes diplomáticas, as duas partes chegaram a um acordo sobre a definição do preço do petróleo venezuelano a ser importado, mas ainda falta negociar o plano de negócios da refinaria. Por isso os presidentes devem assinar mais um acordo para prorrogar por 90 dias o prazo vencido ontem.
Por meio de sua assessoria, a Petrobras informou que as obras de terraplanagem e de construção da casa de força, que suprirá toda a necessidade de energia da refinaria, já estão em andamento. Esses dois contratos somam R$ 1,38 bilhão. Recentemente, segundo a Petrobras, foram celebrados outros seis grandes contratos no valor total de R$ 3,04 bilhões para outras obras da refinaria.
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