"Israel quer ter a segurança de que se o seu Exército receber autorização, pode atacar o Irã em poucos dias, inclusive horas. Se prepara a todos os níveis para esta eventualidade. A mensagem ao Irã é que a ameaça não é apenas verbal", informou uma fonte do ministério da Defesa israelense ao "Times".
A informação divulgada neste sábado vai contra as declarações do presidente de Israel, Shimon Peres, que nesta quinta-feira (16) disse que uma intervenção militar israelense no país estaria descartada.
Entre as medidas planejadas, está a compra de três aviões radares Awacs e exercícios em escala nacional para preparar a população para possíveis represálias. Nos últimos anos, os dirigentes israelenses afirmaram em várias oportunidades que se reservavam todas as possibilidades, incluindo a força, para impedir que o Irã obtivesse armamento nuclear.
Israel estuda a possibilidade de atacar o Irã com tropas militares e aéreas, segundo jornal britânico "Times"
Planejamento
De acordo com o "Times", as autoridades israelenses consideram que os alvos no Irã podem ser mais de uma dezena, incluindo comboios móveis. Entre eles estão Natanz (leste), onde milhares de centrífugas enriquecem urânio, Ispahan (centro) com túneis repletos de 250 toneladas de gás, e Arak (leste), onde o Irã monta um reator de água pesada para produzir plutônio.
"Não faríamos ameaças sem ter os meios para cumprir. Recentemente tivemos progressos, várias operações de preparação que indicam uma vontade por parte de Israel de atuar", informou ao jornal uma fonte ligada aos serviços de inteligência.
De acordo com o jornal, a distância de Israel em relação aos alvos é de aproximadamente 1.300 quilômetros, o que obrigaria o país a utilizar os jatos F15, F16, helicópteros e tanques.
"A possibilidade de um ataque israelense ao Irã é um comparação com o ataque a usina nuclear de Osirak, próximo a Bagdá, em 1981. No ataque, Israel foi bem sucedida e colocou em risco as ambições do Irã para a fabricação de armas nucleares.
No entanto, é pouco provável que Israel execute ataques sem receber ao menos uma aprovação tácita do governo dos Estados Unidos, que acaba de adotar um tom mais conciliador com Teerã, informou a mesma fonte.
Israel, considerado a única potência nuclear no Oriente Médio, tem o Irã como seu principal inimigo e acusa o país de desenvolver um programa nuclear com fins militares, o que Teerã nega.
EUA
Recentemente, os Estados Unidos e outros cinco países --Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China-- convidaram o Irã para participar de uma reunião a respeito do programa nuclear do país. A medida é mais uma tentativa do presidente dos EUA, Barack Obama, em se aproximar do país.
Apesar dos esforços americanos, o governo do Irã afirma que continuará com o programa nuclear e divulgou que irá apresentar o novo pacote "em breve aos países ocidentais". O presidente Mahmoud Ahmadinejad não deu detalhes, mas afirmou que o mundo não pode ser regido "pela força".
Anteriormente, o presidente dos EUA, Barack Obama, enviou uma mensagem de conciliação aos iranianos, com a promessa de um "novo começo", baseado no respeito mútuo, para as estremecidas relações entre os dois países. Teerã agradeceu a mensagem, mas pediu "mudanças concretas" antes de avançar em uma aproximação que encerraria décadas de animosidade.
Com France Presse e "Times"
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