EUA oferecem forte apoio para reformas no FMI

GLENN SOMERVILLE - REUTERS

Os Estados Unidos ofereceram neste sábado um forte apoio para uma reforma no conselho diretor do Fundo Monetário Internacional para que grandes países emergentes tenham maior participação no modo como o FMI opera.

Em discurso ao comitê diretor do Fundo, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, também fez um apelo para que o FMI esteja preparado para oferecer empréstimos para recapitalizar bancos ou auxiliar países em desenvolvimento para rolar dívidas corporativas.

As propostas de Geithner, reveladas em um discurso incisivo na reunião bienal do FMI, devem provocar controvérsia entre outros países industrializados que, com os EUA, dominam o órgão financiador mundial.

Ele disse, no entanto, ser necessário reorganizar o FMI para refletir as mudanças na realidade da economia global.

"Isto é essencial para reforçar a legitimidade do FMI, assegurando sua permanência no centro do sistema monetário internacional e reflete as realidade do século 21", disse Geithner.

O compromisso de Washington para a reforma tem peso especial por ser o maior contribuidor do FMI.

Geithner pediu rapidez na proposta de realinhar o peso dos votos entre os membros, conhecido como cotas, que determina o poder dentro do FMI e disse que menos membros são necessários no seu conselho diretor.

"Ações mais arrojadas são necessárias para realinhar as cotas para as dinâmicas economias emergentes, e a próxima revisão geral das cotas é uma oportunidade que deve ser aproveitada", disse Geithner.

"Ajustes menores pelas beiradas são inadequados para um FMI do século 21".

Geithner não mencionou países, mas a China é geralmente citada entre os países que se qualificam para um maior poder de voto no FMI, especialmente quando EUA e países europeus que dominam o Fundo tentam persuadir Pequim a realizar mais aportes.

Com grande parte da economia global em recessão, e mercados emergentes sob forte pressão com a queda das oportunidades de exportação, instituições financeiras internacionais como o FMI e o Banco Mundial têm enfrentado um aumento nos pedidos de empréstimos.

Geithner sugeriu reduzir o tamanho do conselho do FMI de 24 para 22 cadeiras até 2010 e para 20 cadeiras até 2012, mas preservando o número existente de cadeiras para mercados emergentes e países em desenvolvimento.

Enquanto ocorrem os encontros deste fim de semana, negociações nos bastidores acontecem para o cumprimento da meta acertada no encontro de líderes do G20 em Londres de levantar 500 bilhões de dólares em novos recursos para o FMI.

Mais de 300 bilhões de dólares já estão garantidos mas os EUA e outros países tentam atrair mais países para se tornar contribuidores ou aumentar os compromissos já existentes.

"Ao implementar reformas no FMI, eu garanto o apoio do meu país", disse Geithner, acrescentando a existência de consultas com o Congresso dos EUA sobre novos aportes no FMI.

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