Portugal, Austrália e Emirados Árabes oferecem garantia a depósitos bancários

Diante do esforço global para encontrar uma solução para a grave crise financeira, os governos da Austrália, Portugal e Emirados Árabes Unidos afirmaram neste domingo que darão garantias aos depósitos realizados nas instituições financeiras de seus países. O anúncio visa atenuar a crise de confiança que atinge o sistema financeiro global.

O ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou que o governo vai conceder uma garantia de Estado para as operações de financiamento dos bancos do país de até 20 bilhões de euros.

"Para reforçar nosso sistema financeiro, o governo decidiu lançar uma iniciativa que consiste em assegurar uma garantia às operações de financiamento realizadas por instituições de crédito com sede em Portugal", declarou Teixeira dos Santos ao sair do conselho dos ministros extraordinários.

"Estas garantias de Estado podem chegar a 20 bilhões de euros", destacou, ao final da reunião dedicada à crise financeira, para preparar em seguida o orçamento 2009 e examinar um sistema de garantias interbancárias.

O país participa neste domingo da reunião dos chefes de Estado e de governo dos países do Eurogrupo, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, em Paris para coordenar as medidas de apoio ao sistema financeiro mundial perante a crise.

Oceania

Na Austrália, o primeiro-ministro, Kevin Rudd, afirmou que o governo garantirá "todos os depósitos, seja qual for seu tamanho, em todas as instituições bancárias australianas durante três anos".

Rudd se reuniu com representantes do setor financeiro nos dois últimos dias na capital do país para discutir a crise mundial e afirmou hoje que esta garantia é uma das três medidas que seu governo adotará para proteger os australianos.

"Nós estamos em um equivalente econômica de uma crise nacional de segurança e os desafios são grandes", continuou Rudd, em entrevista a jornalistas.

"Eu não quero um banco de primeira linha australiano discriminado porque alguns bancos estrangeiros, que estão em crise, estão sendo ajudados por garantias do governo", afirmou, se referindo aos movimentos recentes de outras economias, como Reino Unido, Alemanha e Irlanda, que estenderam garantias ou auxílio estatal para seus sistemas bancários.

O movimento do governo australiano foi acompanhado pela vizinha Nova Zelândia, em um esforço que deve aumentar a pressão em outras economias em meio à crise de confiança no sistema financeiro global.

A primeira-ministra neozelandesa, Helen Clark, anunciou esquema de garantia aos depósitos bancários sem dar, contudo, um prazo para o auxílio.

"Nosso governo concordou em implementar uma garantia de depósito que dará aos neozelandeses uma confiança adicional", disse Clark, à rede de TV TVNZ.

O esquema do país exige uma taxa de garantia para instituições com depósitos que excedem US$ 2,97 bilhões.

Oriente

Também neste domingo, o governo dos Emirados Árabes Unidos anunciou que garantirá os depósitos efetuados em bancos locais, segundo a agência oficial Wam.

Esta é a primeira monarquia árabe do golfo a adotar esta medida desde o início da crise financeira internacional. A medida, afirmou o governo, visa proteger os bancos nacionais enquanto os líderes tentam diminuir os temores de que a crise afete a economia da região.

O gabinete nacional aprovou medidas para garantir depósitos e poupanças em todos os bancos nacionais que vão de empréstimos aos bancos a injeção de verba adicional no sistema "se necessário".

O relatório não dava detalhes maiores sobre as medidas, mas afirma que o governo federal "garantirá que nenhum banco dos Emirados será exposto à crise de crédito".

"Nós estamos determinados a proteger nosso sistema financeiro e bancário para preservar os interesses de nosso país e nosso povo", disse Sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro.

Sheik Khalifa bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados, acrescentou que a economia nacional está forte e que o sistema bancário está sólido.

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