Em semana turbulenta, Bolsas dos EUA caem após dados deprimidos da economia

da Efe, em Nova York

As Bolsas americanas fecharam em queda nesta sexta-feira após um forte recuo da confiança dos consumidores na economia e dados sobre a construção de imóveis nos Estados Unidos piores que o esperado.

O Dow Jones Industrial Average (DJIA), principal índice de Wall Street, caiu 1,41%, para 8.852,22 pontos, em uma sessão muito volátil, em que o indicador chegou a recuar 2,9% e subir 3,3%. O DJIA, que ao longo do mês somente fechou em alta em duas sessões, perdeu 33,2% seu valor desde o início do ano e 37,5% desde 9 de outubro do ano passado, quando alcançou o recorde de 14.164,53 pontos.

O índice Nasdaq, de forte componente tecnológico, perdeu hoje 0,37% e se situou em 1.711,29 pontos, enquanto o S&P 500 retrocedeu 0,62%, para 940,55 pontos.

Na semana, o Dow Jones subiu 4,75% --oscilou entre a pior queda em 21 anos (7,87%) e o maior ganho em pontos já visto (936,42 pontos). O índice Nasdaq valorizou 3,75% e o S&P500, 4,6%.

Hoje, o Departamento do Comércio informou que a atividade de construção nos EUA caiu 6,3% no mês passado, atingindo o pior desempenho em 17 anos --uma taxa anualizada de construção de 817 mil unidades.

lém disso, a Universidade de Michigan informou hoje que o índice de confiança do consumidor americano caiu para 57,5 pontos em setembro, contra 70,3 um mês antes. Trata-se da maior queda de confiança já vista desde que o índice começou a ser apurado, em 1978.

Ontem também foram divulgados que inspiram pouco ânimo para a economia americana nos próximos trimestres. O Federal Reserve (Fed, o BC americano) informou que a produção industrial do país caiu 2,8% em setembro, pior resultado desde 1974. Os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram na semana encerrada em 11 de outubro, mas ainda estão em níveis de uma economia em recessão.

Os dados da construção e a queda da confiança dos consumidores reavivaram os temores de que a economia norte-americana esteja em recessão e provocaram que, ao final das negociações em Wall Street, as ações mergulhassem no vermelho apesar dos conselhos do megainvestidor americano Warren Buffett. Em um artigo escrito para o diário americano "The New York Times" e publicado nesta sexta-feira, ele defendeu a compra de ações de empresas americanas.

Se os preços continuarem atrativos, em breve 100% de meu capital fora da Berkshire Hathaway [holding da qual Buffett é executivo-chefe] estará em ações dos EUA", disse Buffett, no artigo intitulado "Buy American. I am" ("Compre [ações] americanas. Eu vou").

As ações do Google subiram 5,53% na Nasdaq depois que a empresa voltou a demonstrar que é aparentemente imune à crise, ao aumentar em 26% o lucro líquido no terceiro trimestre deste ano.

Por outro lado, as ações da IBM caíram 0,81%, ainda que tenha ganhado US$ 7,9 bilhões nos nove primeiros meses deste ano --22% mais que o mesmo período do ano passado.

As ações do conglomerado industrial norte-americano Honeywell declinaram 5,04%, depois de a companhia reduzir suas perspectivas de ganhos para o exercício fiscal de 2008.

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