HOUSTON - Por aqui, nos Estados Unidos, os reflexos da crise estão espalhados por todo canto. Ela atinge não só as camadas mais pobres da população --muitos perderam sua casa e alguns estão morando em estacionamentos--, mas também as mais abastadas --forçadas a reduzir o ritmo de seu consumo desenfreado dos últimos anos.
Em Houston, o Galeria Mall, um dos cinco principais shoppings dos Estados Unidos, entregou-se à liquidação. Tudo está sendo vendido com 50%, 60% de desconto. E não são lojas populares, pelo contrário, ali estão as principais marcas do mundo do consumo. Entro numa loja, entro em outra, e gerentes e vendedores dizem o mesmo: é a crise econômica que bateu direto nas vendas.
Daí que para atrair o consumidor americano reticente o jeito foi partir para a liquidação dos estoques. E para fazer caixa, não lucro, como diz um gerente. Estive no Galeria no último domingo em Houston. Parecia shopping brasileiro em tempos de crise. Lotado. Mas muita gente apenas passeando, olhando as vitrines, entrando para dar uma espiada nos preços, mas poucos comprando de fato.
Pelo menos, comentavam, o preço da gasolina está caindo. Numa cidade de carrões, isso conta muito. Aqui, diferentemente do Brasil, o preço do petróleo cai e o da gasolina na bomba segue direto o mesmo rumo. Tudo bem, no Brasil não cai, mas também não tem subido no mesmo ritmo.
Etanol
Por sinal, a crise tem sido apontada por muita gente no Biofuels Houston Summit como uma oportunidade para o etanol brasileiro. Vença Barack Obama ou John McCain, os dois têm apontado a necessidade de acabar com a dependência do petróleo vindo do Oriente Médio e Venezuela. Aí, a solução é buscar novas descobertas de óleo e também desenvolver e estimular fontes alternativas de energia. E para atingir a meta estabelecida por dois, acreditam muitos especialistas, o etanol produzido a partir do milho não dará conta do serviço. Então, uma janela de oportunidade pode ser aberta para o etanol brasileiro, com queda de barreiras tarifárias. A conferir.
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