ASSUNÇÃO - Os colonos brasileiros não serão expulsos do Paraguai, assegurou o presidente Fernando Lugo a seu colega Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião, segundo Victor Hugo Peña, diretor de assuntos internacionais da chancelaria paraguaia. "O presidente Lugo garantiu a seu colega Lula que fará respeitar os direitos humanos e civis dos colonos brasileiros em todo o território paraguaio", afirmou Peña, aparentemente se referindo a uma reunião de setembro, realizada em Brasília.
Não há estatísticas oficiais sobre o número de agricultores brasileiros - os chamados brasiguaios - no Paraguai. Eles se concentram nos departamentos (Estados) de Amambay, Kanindeyú, San Pedro e Alto Paraná. Nesta quinta-feira, um grupo de membros do esquerdista Productores de San Pedro-norte informou à imprensa que determinou um prazo de oito dias para que fazendeiros brasileiros que produzem soja deixem suas terras. Segundo esse grupo, as propriedades devem ser abandonadas, para o governo realizar a distribuição de lotes a campesinos sem-terra.
O líder do grupo, Ernesto Benítez, confirmou a informação. Além disso, criticou a demora de Lugo para cumprir sua promessa de campanha em relação à reforma agrária. Os brasileiros que vivem em Alto Paraná, a leste de Assunção, pediram a mediação do presidente Lula para que possam fazer a colheita da soja e começar a semear o solo novamente, para a safra 2008-2009. As tarefas em algumas propriedades foram proibidas por sem-terra, que com escopetas ordenaram o fim dos trabalhos.
Peña disse que "o Ministério do Interior é o encarregado de por ordem e fazer cumprir as leis". "O Paraguai firmou um acordo regional em 2002 com Argentina, Brasil e Chile para a regularização da residência de qualquer de nossos países", recordou o funcionário. "Então, os colonos brasileiros que eventualmente estiverem ilegais devem realizar uns trâmites simples para obter a residência permanente", assegurou.
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