Bolsas em NY registram alta, mas temor de recessão permanece

As Bolsas americanas registram alta nesta quinta-feira, enquanto os investidores avaliam os indicadores econômicos mais recentes sobre a economia dos EUA. O temor de que o país esteja na trajetória para uma recessão, no entanto, chegou a provocar perdas de quase 4% hoje. Ontem, o Dow Jones fechou em baixa de 7,87%, a maior em termos percentuais em 21 anos, com o dado sobre vendas no varejo de setembro, uma queda de 1,2%, a maior desde 2005.

Às 16h27 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em alta de 2,55% no índice Dow Jones, que estava com 8.796,46 pontos, enquanto o S&P 500 tinha baixa de 2,13%, indo para 927,15 pontos. Já a Bolsa Nasdaq operava em alta de 3,18%, indo para 1.680,19 pontos.

Na semana em que o Dow Jones teve a maior baixa em 21 anos, o índice também registrou recorde de alta: o indicador subiu 936,42 pontos, maior avanço em pontos de sua história, chegando a 9.387,61 pontos --ganho de 11,08%.

Segundo analistas, agora que diversos governos já prometeram ações para impedir o colapso de bancos e do sistema financeiro como um todo, o mercado financeiro americano deve continuar a oscilar de acordo com as divulgações de indicadores econômicos.

"Não acho que os mercados tenham uma noção clara sobre o ambiente econômico no momento. Os investidores estão claramente nervosos", disse à agência de notícias Associated Press o estrategista de mercados globais Subodh Kumar,da consultoria Subodh Kumar & Associates.

Os indicadores econômicos de hoje contribuíram para elevar o temor de uma recessão: o Federal Reserve (Fed, o BC americano) informou que a produção das fábricas, minas e unidades de serviços públicos dos Estados Unidos caiu 2,8% em setembro, a maior queda mensal desde dezembro de 1974. Em um ano, a produção industrial caiu 4,5% e, no terceiro trimestre, diminuiu 0,6%. Segundo analistas, a previsão era de uma redução de 1,5% na produção industrial do mês passado.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego no país, por sua vez, foi outro indicador que causou mais incerteza: mesmo tendo recuado na semana encerrada em 11 de outubro, o número desses pedidos continua em níveis que indicam uma economia em recessão.

Também ontem, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) divulgou o "Livro Bege" (documento com dados econômicos coletados nas 12 divisões regionais do Fed), atividade econômica nos Estados Unidos 'se debilitou em setembro'. Segundo o relatório, o gasto dos consumidores, que, nos EUA, equivale a mais de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto), caiu em setembro na maioria dos distritos, tanto no comércio quanto nas vendas de veículos e no turismo.

O dia começou nas Bolsas americanas com certo ânimo, após a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de setembro, que ficou estável, refletindo os recuos nos preços de gasolina, roupas e carros novos. O dado foi recebido como sinal positivo.

Bancos

Hoje o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse que mais bancos americanos estão interessados em ter o governo entre seus acionistas, além dos nove que já receberam capital público.

"Inicialmente convencemos nove bancos de participar do programa e vamos ampliá-lo. Recebemos amostras de interesse de um bom número de outros", disse Paulson em uma entrevista ao canal "Fox Business". Os nove bancos seriam Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Bank of New York Mellon, State Street e Merrill Lynch, segundo a agência de notícias France Presse.

O governo anunciou nesta semana a utilização de US$ 250 bilhões para comprar ações dos bancos, com objetivo de injetar capital no sistema financeiro. O dinheiro faz parte do pacote de US$ 700 bilhões aprovado no início deste mês pelo Congresso americano. O propósito central do pacote era a aquisição de papéis com baixíssima probabilidade de resgate (conseqüentemente, com alto risco de calote), chamados de títulos "podres".

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fará mais um discurso amanhã sobre a economia perante a Câmara de Comércio, em outra tentativa de acalmar os americanos e os mercados.

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