G-20: Definições ... Indefinições

G-20 termina sem decisões importantes

A Cúpula do G-20 em Seul, na Coréia do Sul, não foi capaz de gerar decisões que afetem positivamente a economia mundial. De qualquer forma, alguma coisa de útil saiu da reunião,n o que se refere à coordenação de políticas econômicas e governança global. O importante é que algumas idéias, em tese, furadas, foram derrubadas durante a Cúpula. Senão vejamos:

Os EUA, por exemplo, defendiam a tese que a China seria a grande vilã dos desequlíbrios, devido a manipulação do câmbio. Defendiam também que a China, persegue metas de saldos positivos em conta-corrente e a defesa de um dólar forte. Talvez porque a China seja a maior dententora de títulos americanos, no momento.

Os americanos, por sua vez, tiveram que ouvir que sua política monetária chamada,´´ afrouxamento quantitativo´´ gera desvalorização do dólar e que joga sobre o resto dos paises a conta da crise. Os alemães bateram na tecla do reforço dos fundamentos da economia, ou seja, cobraram equilíbrio orçamentário, sem o que nenhuma medida daria certo,segundo eles.

Ocorre que os americanos conseguiram passar uma mensagem importante e recorrente: disseram que não há mais possibilidade que se continue um arranjo no qual alguns paises se dedicam a exportar e os EUA a importarem, e cabendo aos americanos a função de fornecedores de títulos para formação de reservas cambiais.

E a China? Bem, a China acabou aceitando a idéia de aumentar o consumo interno do país, mas pediu algum tempo para que assim fazer. É uma concessão importante.

Celso Ming, articulista econômico do jornal O ESTADO DE S PAULO, afirmou em sua coluna:


´´A simples contestação do discurso dos Estados Unidos não vai mudar suas políticas. Nem vai afastar o banco central (Fed) de sua disposição de aprofundar o afrouxamento quantitativo. Em todo o caso, é difícil imaginar que os dirigentes americanos consigam sustentar agora o discurso mantido até aqui.

A falta de resultados imediatos pode servir de base a questionamentos sobre a eficácia do G-20, como instância responsável pela governança e coordenação de políticas, num ambiente contaminado pela crise e pelo marasmo financeiro.

O fato é que a economia está cada vez mais globalizada e decisões de política econômica tomadas pelo governo de um país importante têm forte impacto sobre os demais. Se não houver uma coordenação de políticas, o sistema econômico mundial tende a produzir atritos e manobras defensivas de todo tipo. Além disso, os atuais organismos internacionais criados para coordenar iniciativas não funcionam. As Nações Unidas, por exemplo, são uma instituição fraca. Não conseguem organizar sequer uma assembleia destinada a deter o aquecimento global. O Fundo Monetário Internacional não tem capacidade de imposição (enforcement) e o Grupo dos Sete (G-7) ficou limitado demais.

Ou seja, se há alguma possibilidade de que se institua uma instância de governança global, ainda que informal, terá de ser ou o G-20 ou alguma coisa parecida com ele. Se até agora não produziu grandes resultados, talvez seja porque não tenha tido tempo (começou em 2008).´´

De qualquer forma, creio que um entendimento crucial foi alcançado: o entendimento que decisões unilaterais devem ser evitadas pelo potencial de afetar a todos. Boa notícia para quem concorda com a tese que cãmbio deve ser mantido livre de intervenções governamentais, algo tão a gosto de certas correntes políticas no Brasil.

Fonte: JACK / BGN

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