Secretário de Defesa dos EUA chega ao Afeganistão para visita-surpresa

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, chegou nesta quinta-feira ao Afeganistão para uma visita não anunciada.

Secretário Gates, ao desembarcar em Cabul/AP

Gates deve se encontrar com o presidente afegão, Hamid Karzai, e com o general americano, David Petraeus, um dia depois de anunciar o fim dos combates no Iraque.

Gates desembarcou no Afeganistão no momento em que os soldados americanos registram o maior número de mortes em nove anos de guerra contra os militantes do grupo islâmico Taleban.

Chega ainda em meio a denúncias do governo afegão contra um bombardeio das forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que teria matado dez pessoas que participavam de campanhas eleitorais no norte do país. Karzai condenou fortemente o ataque, em um comunicado do palácio presidencial.

A Otan disse que está investigando se o ataque foi de suas forças. Não há tropas estrangeiras estacionadas em Takhar, segundo um mapa da Isaf (www.isaf.nato.int), as forças da Otan no país.

O suposto ataque de quinta-feira ocorreu na Província de Takhar, uma área relativamente pacífica, perto do Tadjiquistão, segundo um porta-voz do governo local. Há ali pouca atividade do Taleban, que se concentra mais no sul e leste do Afeganistão.

O ataque, perpetrado por dois helicópteros e dois aviões, teria deixado ainda o candidato Abdul Wahid e alguns de seus seguidores feridos.

No sudeste do Afeganistão, forças locais e estrangeiras repeliram um ataque a um posto avançado de combate no distrito de Bermel, província de Paktika, perto da fronteira com o Paquistão, matando pelo menos 20 insurgentes em bombardeios, segundo a Isaf.

A violência no Afeganistão está em seu pior nível desde o começo da atual guerra, em 2001 e já ameaça a segurança das eleições parlamentares do próximo dia 18. Nas últimas semanas, quatro candidatos e até 13 cabos eleitorais e simpatizantes foram mortos por supostos insurgentes.

No mês passado, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) assinalou que o número de vítimas entre os civis subiu mais de 31 por cento no primeiro semestre de 2010, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mais de três quartos das mortes foram causadas por insurgentes.

O número de vítimas causadas por forças pró-governo caiu drasticamente, segundo o relatório da ONU, principalmente por causa de uma redução nas mortes provocadas por bombardeios aéreos, após uma revisão das regras militares para esses procedimentos.


Fontes: FOLHA - Agências

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