Pesquisas em 26 Estados e no Distrito Federal indicam que, no Senado, um eventual governo Dilma Rousseff terá votos suficientes para promover mudanças na Constituição - a chamada maioria qualificada.
Levantamentos recentes dos institutos Ibope e Datafolha mostram candidatos "dilmistas" em condições de conquistar de 38 a 46 das 54 vagas em disputa no Senado. Já a oposição elegeria de 8 a 16 representantes se a eleição fosse hoje.
Há outros 27 senadores, eleitos em 2006, que têm mais quatro anos de mandato - 14 de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 13 aliados do presidente. Com a soma dos prováveis eleitos em 2010, uma eventual base de Dilma no Senado teria de 51 a 59 integrantes.
O quorum necessário para aprovar mudanças constitucionais é de três quintos do total de parlamentares - ou seja, 49 senadores.
A oposição a um eventual governo Dilma corre o risco de nem sequer conquistar 27 cadeiras - o mínimo necessário para aprovar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Bancadas.
As pesquisas mostram que PMDB e PT se credenciam para eleger as maiores bancadas. Há doze peemedebistas entre os favoritos e outros três não muito distante dos líderes. Entre os petistas, dez estão na primeira ou na segunda posição. Outros cinco estão em terceiro lugar, mas com desvantagem de menos de cinco pontos porcentuais em relação ao segundo.
A confirmação das projeções dependerá, obviamente, do comportamento dos eleitores nas urnas. Ainda há um grande número de indecisos ou de eleitores que citam apenas um candidato - neste ano, os brasileiros poderão votar em dois concorrentes ao Senado, pois há duas vagas em disputa em cada unidade da federação.
Fator Lula.
A atuação do presidente Lula como cabo eleitoral tem beneficiado candidatos do PT e de outros partidos governistas. Os mais prejudicados por esse movimento são nomes tradicionais da oposição, cujas chances de vencer caíram nas últimas pesquisas.
Heráclito Fortes (DEM-PI), Artur Virgílio (PSDB-AM), Antero Paes de Barros (PSDB-MT), Efraim Moraes (DEM-PB) e Marco Maciel (DEM-PE) são exemplos de oposicionistas com forte atuação no Senado e que correm o risco de não se reeleger, apesar de terem largado bem nas primeiras pesquisas após o início da campanha.
Todos eles foram ultrapassados por candidatos que foram promovidos por Lula em gravações no horário eleitoral de rádio e televisão.
No caso de Marco Maciel, a queda começou após um ataque direto do presidente, durante um comício, no Recife, no final de agosto, Sem citar nomes, Lula disse, no palanque, que há candidato que parece estar no Senado "desde o tempo do Império". "Já foi presidente da Câmara, ministro e até vice-presidente da República. O que ele trouxe para Pernambuco?"
Bastiões.
Mas também há líderes da oposição que resistem à onda lulista. São os casos de Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), ambos candidatos à reeleição e favoritos nas pesquisas em seus respectivos Estados.
A oposição também está em posição de destaque em Minas Gerais, onde Aécio Neves (PSDB) lidera com folga e faz campanha pelo segundo colocado, Itamar Franco (PPS). O petista Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, parou de crescer na última pesquisa Ibope.
Outros petistas estão em situação mais confortável. No Rio de Janeiro, Lindberg Farias disputa a primeira colocação com Marcelo Crivella (PRB). No Paraná, Gleisi Hoffman avançou até empatar no primeiro lugar com o ex-governador Roberto Requião (PMDB), tido como favorito. Em São Paulo também há empate na liderança entre a petista Marta Suplicy e Netinho, do PC do B.
Fonte: O ESTADO DE S PAULO/Daniel Bramatti
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