Estimativa inicial da Prefeitura de SP é de 320 barracos atingidos em favela

Fogo na favela Real Parque começou por volta das 10h15 desta sexta-feira. Assistentes sociais estão na área para iniciar cadastramento de moradores.


O fogo começou por volta das 10h15 na favela da Zona Sul de São Paulo. Os bombeiros começaram o trabalho de rescaldo por volta das 12h50 e ainda combatiam pequenos focos às 13h40. Quinze equipes permaneciam no local.

O major Sílvio Fernandes, do Corpo de Bombeiros, disse que a maior dificuldade no combate ao fogo ocorreu por causa do acúmulo de papelão e madeira em alguns barracos. Os bombeiros ainda não sabem as causas do incêndio, mas, segundo ele, geralmente o fogo em favelas é causado por sobrecarga elétrica.

A Prefeitura diz que um cadastramento realizado há dois anos mostrou que 1.300 famílias vivem na favela, que é divida em quatro setores. Dois deles foram atingidos pelas chamas, um completamente e o outro, parcialmente. A Prefeitura mandou 16 caminhões-pipa para abastecer os bombeiros.

Com o incêndio, a pista expressa da Marginal Pinheiros, sentido da Rodovia Castello Branco, tinha 1,9 km de filas, entre as ruas Rubens Gomes de Bueno e a Américo Brasiliense, por volta das 12h50 desta sexta-feira (24).

Moradores que vivem na favela Real Parque contaram que pelo menos dois barracos haviam pegado fogo no fim desta madrugada. Ainda de acordo com eles, o fogo foi apagado rapidamente pelos próprios moradores.

“O fogo começou logo cedo, do lado de trás da favela, perto de um lixão, mas logo foi apagado. Achei que não era nada e fui trabalhar. Depois me ligaram às 10h dizendo que tinha fogo de novo. Só consegui entrar para pegar a bolsa e os documentos. Perdi todo o restante do que tinha em casa. Em sete anos que moro aqui, nunca tinha visto um negócio desses”, disse a moradora Lúcia da Silva.
 
Amanda Alves Nascimento, também moradora do local, de 59 anos, também perdeu tudo.

“Sai hoje de manhã pra trabalhar, em um restaurante perto. Nunca saio de casa com os documentos, mas bem hoje eu sai com o titulo de eleitor e o RG. Fiquei só com isso e com a roupa do corpo. Não sobrou nada. Quando cheguei estava pegando fogo no telhado da minha casa. Tentei entrar, mas os bombeiros me arrastaram”, afirmou.

“Teve um início de fogo na madrugada, mas foi controlado. Fui trabalhar e minha família me ligou falando sobre o incêndio. Só deu tempo de salvar minha cachorra. Minha filha conseguiu entrar em casa, mas logo a mandaram sair. Não consegui tirar nada”, contou Maria Batista de Souza Neves, 42 anos, moradora da favela.

Os bombeiros estão tentando conter os moradores da favela, que tentam entrar nos barracos para pegar seus pertences.

O morador e integrante do conselho gestor de urbanização da comunidade, Washington Bezerra, diz que há um ano começou a negociação de um processo de reurbanização para retirar os moradores da favela e levá-los para o programa de bolsa-aluguel. Segundo ele, por enquanto isso ainda não foi aprovado. Bezerra contou que o incêndio atingiu o “alojamento”, um local construído para abrigar os moradores provisoriamente durante a construção de um conjunto habitacional na região.

Fontes: G1 - TV Globo

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